Africa do Sul Kruger

Roteiro na África do Sul

Fizemos esta exótica viagem no ano de 2008, em nossa lua de mel. O objetivo era ir ao Oriente, mas nossa passagem aérea, da South African Airways, permitia o fracionamento do bilhete. Aproveitamos, então, para fazer um roteiro na África do Sul. 

Transcreverei nesta postagem, dessa forma, o que registrei em papel, naquela ocasião.

Dia 1 – Cidade do Cabo

Após um voo relativamente curto de 8 horas, chegamos por fim à África do Sul. Primeiramente, fizemos uma conexão em Joannesburgo e depois apanhamos um voo direito para a Cidade do Cabo.

No aeroporto de Cidade do Cabo, alugamos um carro na locadora Hertz e em seguida dirigimos até o Southern Sun Hotel, onde passaríamos três noites.

A Cidade do Cabo é moderna e descontraída, oferecendo diversas opções de entretenimento e, ao mesmo tempo, conta com uma história e cultura riquíssimas.

roteiro na África do Sul

No mesmo dia em que chegamos, fomos imediatamente dar uma volta no centro histórico. Percorremos um circuito a pé, começando, em primeiro lugar, pelo Castelo da Boa Esperança. Esta edificação, em forma de pentágono, foi construída para fins de defesa, no ano de 1666,  ao passo que é o prédio em estilo europeu mais antigo na cidade.

Africa do Sul

Em seguida, caminhamos até o lindo edifício Old Town Hall, onde Nelson Mandela fez seu primeiro discurso após ter sido libertado da prisão, em 1990.

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Fomos, ainda, à a catedral anglicana St. George e para o Company’s Garden, uma área verde que pertencia à então Companhia das Índias.

Nesse meio tempo, passamos pela Groote Kerk, antiga igreja reformista holandesa. Atrás dela estava a “árvore dos escravos”, onde se praticava a mercancia de pessoas escravizadas, enquanto, do outro lado da rua, está o Slave Lodge, que já serviu de abrigo para escravos. Ali, atualmente há um museu.

À noite, fomos jantar no agradável Waterfront, um porto revitalizado na orla da Cidade do Cabo, onde há vários restaurantes e bares. Caminhamos pelos decks e então paramos para jantar no restaurante City Grill, que havia sido premiado naquele ano pelo melhor filé da cidade. A refeição foi acompanhada por um excelente merlot, da famosa vinícola Stellenbosch.

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Dia 2 – Cabo da Boa Esperança

Logo cedo, pegamos o carro e começamos a descer em direção ao sul, pela costa oeste.

Passamos pela Clifton Bay, Camps Bay, bem como Llandudno Beach. Seguimos de maneira idêntica a linda estrada de Chapman’s Peak, aos pés do pico que leva o mesmo nome. De um lado, está este pico rochoso, ao passo que do outro, estão as águas azuladas da Hout Bay. Essa estrada termina, por fim, na Baía Falsa, que fica na costa leste.

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Passamos pela vila Simon’s Town e fomos em seguida para Boulder’s Beach, para ver os pinguins africanos, uma das principais atrações em um roteiro na África do Sul.

roteiro na África do Sul
roteiro na África do Sul

Seguimos, então, até o Cabo da Boa Esperança, e nesse ínterim avistamos vários macacos babuínos na beira da estrada.

Africa do Sul

Chegando, finalmente, à reserva natural do Cabo da Boa Esperança, fizemos uma caminhada de aproximadamente 10 minutos, até o topo do histórico Cabo.

Africa do Sul

Depois que saímos de lá, apanhamos o carro e dirigimos até o Cabo Dias, onde há um farol. 

Continuamos em direção a Overberg, contornando a False Bay. Passamos, dessa forma, pela cidade de Muizenberg e Kalk Bay, entre outros balneários, tais quais Gordon’s Bay, Kogel Bay, Betty’s Bay, Kleinmond. A estrada é muito bonita, com penhascos de um lado e mar azulado do outro. Chegamos até Hermanus, de onde, dependendo da época do ano, é possível avistar baleias. Por fim, apanhamos o caminho de volta para Cidade do Cabo.

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Dia 3 – Table Mountain e Vinícolas

Logo pela manhã, fomos de carro até o pé da montanha Table Mountain, cartão postal da Cidade do Cabo e uma das principais atrações em um roteiro na África do Sul. Há um teleférico que leva ao topo da montanha, de onde se tem uma vista maravilhosa, porém, alguns aventureiros, preferem escalar o paredão.

Dali, é possível avistar o Waterfront, a baía de Clifton, a baía Hout, o pico Lion’s Head, um pedaço do Cabo da Boa Esperança, bem como a baía Falsa.

roteiro na África do Sul

A Table Mountain, em termos geológicos, é uma das montanhas mais antigas do mundo – mais antiga até mesmo que os Himalaias – , já tendo sido fundo do oceano.

Cidade do Cabo
Cidade do Cabo

Ao fundo, podemos igualmente observar a pequena ilha Robben Island, onde Nelson Mandela permaneceu aprisionado, por 18 anos (de um total de 27).

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Descemos a montanha e em seguida fomos até o Waterfront. Perambulamos pelas docas, passando por feiras de artesanato, bem como por lojinhas.

Cidade do Cabo

Paramos, então, em um Pub para tomar uma cerveja e este pub já havia sido antigamente uma daquelas tavernas onde marinheiros europeus paravam para matar a sede.

Cidade do Cabo

Enquanto isso, artistas de rua faziam apresentações de danças tribais.

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Outras importantes atrações em um roteiro na África do Sul são igualmente suas vinícolas, que produzem alguns dos melhores vinhos do mundo. Nesse sentido, a uva típica da região é a pinotage.

Fomos, portanto, até a vinícola Constantia Vineyard, que é uma das mais próximas de Cape Town. Passamos pelas plantações e até comemos uvas que apanhamos no pé. Além disso, compramos uma garrafa de vinho, que abrimos no restaurante Simon’s, no interior da vinícola, onde jantamos.

Africa do Sul
Africa do Sul

Dia 4 – Atravessando o país

Voamos de Cidade do Cabo até Joannesburgo, onde alugamos outro carro. De lá, dirigimos até Nelspruit, passando por Pretória. Apenas cruzamos estas cidades, pois o real destino era o Parque Kruger.

Para DICAS SOBRE JOANNESBURGO não deixe de acessar o site quevontadedeviajar.com, da Joyce.

Dia 5 – Kruger park

Acordamos bem cedo e fomos fazer um safári, dentro do Parque Kruger. Este parque é uma das reservas mais protegidas do planeta e um dos pontos mais interessantes em um roteiro na África do Sul. O parque tem aproximadamente 350 km de extensão e 65 km de largura. Foi cercado em 1898, por Paul Kruger, primeiro presidente Boer (Afrikaner) do país. Aqui é possível avistar os “big five“: leão, leopardo, búfalo, elefante e rinoceronte, entre outras dezenas de espécies de animais.

Exploramos o parque com nosso próprio veículo, sendo que as estradas internas do parque são praticamente todas asfaltadas. Porém, não é permitido descer do veículo.

Logo que entramos pelo portão, já avistamos o animal mais abundante do parque: o antílope “impala”.

Africa do Sul Kruger

Em seguida, avistamos um grupo de animas pastando, incluindo zebras, búfalos, javalis e impalas.

Africa do Sul

Vimos um elefante, na beira de uma fonte, bebendo água e, mais adiante, dois grandes elefantes atravessando a rua e vindo em nossa direção.

Africa do Sul Kruger
Africa do Sul Kruger
Africa do Sul Kruger

Ao nos aproximarmos do rio, avistamos um hipopótamo e um crocodilo.

Africa do Sul Kruger

Apanhamos uma estradinha de terra e encontramos uma girafa. Logo depois, um grupo grande de aproximadamente 10 girafas, atravessando a estrada.

Africa do Sul Kruger

Avistamos, ainda, macacos “vervet”, muito espertos, que buscavam comida (é proibido alimentar os animais no parque).

Quando estávamos prestes a ir embora, avistamos, de longe, um chacal e também um caracal (uma espécie de onça pintada, pequena). É muito difícil avistar felinos, pois são muito ágeis e se escondem.

Para finalizar o passeio, assistimos a um por do sol espetacular.

Veja AQUI mais dicas sobre como visitar o Kruger National Park.

Hospedagem

Há algumas opções de hospedagem próximas ao parque. Assim que saímos, encontramos um safari lodge, chamado Timbavati, o qual também servia jantar.

Africa do Sul
Africa do Sul

O jantar foi fantástico: ao lado de fora das cabanas, com fogueira, apresentação de danças típicas e comida deliciosa.

Africa do Sul

 Após o jantar, tomamos um delicioso merlot na varanda da cabana.

Dia 6 – Drakensberg

Partimos em direção ao Blyde River Canion, na região do Drakensber Escarpment. É uma região com muitas montanhas e canions e é uma das mais belas atrações em um roteiro na África do Sul. 

A primeira parada foi The Three Rondavels, três montanhas cilíndricas, cercadas por uma vegetação exuberante.

Em seguida, fomos ao fantástico Bourke’s Luck Potholes. Atravessamos uma ponte suspensa que ligava dois paredões de rocha, a 50 metros de altura. No fundo deste vale, o encontro dos rios Blyde Trewer formava buracos cilíndricos no rochoso leito do rio.

Africa do Sul
Africa do Sul

Seguimos para Wonder Window e God’s Window. Nesta última, subimos 300 degraus para atingir o topo.

Swazilândia

Seguimos, então, para a Swazilândia, um minúsculo país independente, que fica, contudo, totalmente encravado no território da África do Sul. É governado por um rei, Mswati III, um dos últimos monarcas da África. O país resistiu à colonização inglesa, Afrikaner e dos Zulus, conseguindo manter, portanto, sua autonomia e sua própria cultura. 

O povo é extremamente simpático e acolhedor. Por outro lado, o país é assolado pela pobreza, embora suas terras sejam amplamente cultivadas. Outra curiosidade é que, segundo informações do guia turístico Lonely Planet, é um dos lugares do mundo com a maior incidência de pessoas portadoras do vírus HIV (cerca de 40% da população).

Atravessamos a fronteira e rumávamos para a capital, Mbabane, quando anoiteceu. Paramos, dessa forma, na primeira acomodação que encontramos e, para nossa surpresa, se tratava de um resort, com cabanas que reproduziam a típica habitação da cultura swazi (telhado de palha e galhos que vão até o chão), rústico e elegante, ao mesmo tempo.

Swaziland
Swaziland
Swaziland

Jantamos no próprio hotel uma comida deliciosa.

Swaziland

Dia 7 – Um vilarejo swazi

Pegamos o carro e rumamos em direção ao Vale Ezulwini, onde se concentra a cultura swazi, que deu origem ao nome do país – Swazilândia. Visitamos uma tribo, cuja população ainda vive em ocas. Um habitante da vila nos guiou, explicando sobre os hábitos do povo local. Eles criam animais e cultivam a terra. Além disso, cozinham no chão, no centro da aldeia. Nós inclusive entramos em algumas cabanas.

Na cultura swazi, prevalece uma cultura fortemente patriarcal e machista, sendo permitida a poligamia, e a mulher é considerada como um ser inferior ao homem. Para contrair matrimônio com uma virgem, o homem a compra por 17 vacas.

Swaziland

Swaziland

Swaziland

Swaziland

Swaziland

Caminhamos até uma cachoeira próxima ao local e em seguida assistimos a uma apresentação de dança, chamada “sibhaca“, típica da Swazilândia, muito interessante. Havia uma dança para cada tipo de ocasião, tal qual predição do futuro, cura, chuva, etc., e o coro cantando emocionava. Até dançamos um pouco!

Swaziland
Swaziland
Swaziland
Swaziland

De volta à África do Sul

Deixamos a pequena república da Swazilândia e retornamos, então, à África do Sul. Fomos diretamente ao complexo Sun City, um resort que tem diversos hotéis (de 3, 4, 5 e 6 estrelas). Passeamos em todos eles, pois uma vez hospedado ali, é possível transitar de um local a outro. Quem faz um roteiro na África do Sul geralmente passa por estes resorts, ao menos para conhecê-los.

O hotel The Palace of the Lost City, de 6 estrelas, já foi considerado um dos hotéis mais luxuosos do mundo. Ele é definitivamente deslumbrante, com suas torres, colunas minuciosamente trabalhadas, grandes lustres, cascatas internas e janelas de vidro que vão do chão ao teto.

Último dia

Deixamos este exótico país e, por fim, partimos em direção à Ásia, mais especificamente, para a Tailândia, Camboja, Bali e Hong Kong (China)

Breves apontamentos sobre a história da África do Sul

No território onde se encontra atualmente a África do Sul havia diversas tribos, não unificadas.

Os europeus a chegarem ali em primeiro lugar foram os portugueses, em 1487, em expedição liderada por Bartolomeu Dias, à procura de uma nova rota para as Índias. Este apenas contornou o cabo da Boa Esperança, mas não deu seguimento à expedição, o que somente foi feito em 1498, por Vasco da Gama. 

Os portugueses não tiveram muito interesse em colonizar a região, porém, os holandeses, sim. Em 1652, a Companhia das Índias (que era holandesa) fundou um assentamento em Cidade do Cabo, ao passo que alguns dos holandeses empregados da Cia das Índias foram autorizados a ali estabelecer suas próprias fazendas e a cultivar a terra. Esses seriam, então, os antecessores dos “Afrikaners”. 

A esses holandeses se juntaram alemães, bem como franceses huguenotes, que fugiam de perseguições religiosas na Europa. 

Os europeus assentados na África viviam constantemente em conflitos sangrentos com a população local (chamada de khoekhoen).

Juntaram-se a todos esses, igualmente, escravos negros e indonésios, trazidos por europeus.

No século XVIII, o poder mercantil dos holandeses começou a entrar em declínio, o que, como resultado, deu espaço para a colonização inglesa. 

Os ingleses eram muito mais educados e cultos do que os descendentes dos holandeses (neste período, denominado Boers e, posteriormente, denominados Afrikaners), que eram fazendeiros rústicos. Logo começou uma disputa pelo poder entre ingleses e Boers.

A abolição da escravatura, em 1833, pelos ingleses, foi considerada como um disparate pelos Boers. Assim, em 1880, ocorreu a primeira guerra entre os Boers e os ingleses. Naquela ocasião, os Boers venceram (batalha de Manjuba) e retomaram o poder, tendo Paul Kruger, o líder da rebelião Boer, se tornado, portanto, presidente da nova república. 

E mais guerras ocorreram…

Em 1899, ocorreu a segunda guerra entre Boers e ingleses, porém, dessa vez, os ingleses venceram. 

Este acontecimento imediatamente reduziu os Boers, agora denominados Afrikaners, a uma situação de pobreza.

Os negros, por outro lado, viviam em uma situação ainda pior, o seja, totalmente às margens da sociedade.

Como resultado, os Afrikaners fundaram um partido político e tentaram retomar o poder. Nessa disputa eles não deixaram espaço para os negros e, por volta de 1913, a legislação proibiu os negros de ocupar certos empregos e reservou apenas 8% da área do país para sua ocupação, e apesar disso, eles constituíam 75% da população. 

Com razão, a população negra começou a se rebelar e, então, em 1923, fundaram o partido ANC (African National Congress).

Em 1924, os Afrikaners voltaram ao governo e em 1948 iniciou-se a política de segregação, ou seja, o Apartheid.

Essa cruel política, em suma, classificava pessoas pela raça, limitava as cidades aos brancos e bania os negros para as townships (guetos). 

Foram separadas, ainda, praias, escolas, hospitais e bancos em parques que poderiam ser usados por negros.

Em 1949, finalmente começaram a surgir movimentos de resistência contra o Apartheid. Vários líderes do movimento foram presos, tal qual Nelson Mandela (condenado à prisão perpétua em 1964). 

Em 1961, foi realizado um referendum e a África do Sul deixou de fazer parte do Commonwealth, tornando-se independente, portanto, da coroa britânica.

A partir de 1980, a África do Sul passou a sofrer sanções por causa da política de segregação. Como resultado, o Governo cedeu e aboliu a legislação segregacional. Analogamente, em 1990, Mandela e outros políticos foram libertados da prisão e neste ano a legislação do Apartheid estava completamente abolida. 

Em 1994, Mandela foi eleito presidente e governou até 1997, cedendo lugar, posteriormente, a Thabo Mbeki. 

Atualmente:

O país ainda conta atualmente com inúmeros problemas, que decorrem, também, da diversidade cultural que ali se apresenta. Ele é formado por diversas etnias (para se ter uma ideia, há 11 idiomas oficiais na África do Sul, sendo que os mais falados são o inglês, o africaans e xhosa, entre outros dialetos). 

Fonte das informações: Lonely Planet

3 comentários em “África do Sul”

  1. Pingback: Tailândia • Turismo de Primeira

  2. Estou planejando uma viagem para África do Sul e esse seu roteiro será super útil! Muito obrigada por compartilhar.

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