Tanzânia

HAKUNA MATATA!!!

A frase que ficou conhecida por causa do desenho “O Rei Leão”, da Disney, significa em swahili “sem problemas!” e é uma expressão que você frequentemente ouve, quando faz um safári na Tanzânia.

Aliás, a Tanzânia é definitivamente um lugar que inspira um sentimento de “no worries”: uma plácida paisagem, de planícies, montes e lagos, com centenas de milhares de animais transitando livremente pela savana.

A Tanzânia é cortada pelo Great Rift Valley, uma fenda geológica (ou seja, um afastamento das placas tectônicas africana e arábica), que se estende de norte a sul, desde a Síria (no Oriente Médio) até Moçambique. É uma área muito fértil e, nesse sentido, seu rico ecossistema proporciona um dos melhores lugares do mundo para se fazer safári.

Assim, há diversos parques naturais que oferecem belíssimos safáris, sendo alguns deles Tarangire, Manyara, Cratera de Ngorongoro e Serengueti. 

A cidade de Arusha, ao norte, é o ponto de partida para vários lugares de turismo na Tanzânia, seja para as escaladas ao monte Kilimanjaro, seja para os safáris.

Além disso, a Tanzânia é a terra dos Maasais, uma tribo de guerreiros, havendo, ainda, mais ou menos outras 120 tribos no país.

Breves informações sobre a Tanzânia:

A República da Tanzânia foi criada em 1964, como resultado da unificação de Tanganica (no continente) e Zanzibar (arquipélago). Ou seja, a junção dos nomes Tanganica e Zanzibar deu origem ao atual nome “Tanzânia”.

Onde fica? Na costa leste do Continente Africano, abaixo do Quênia e acima de Moçambique.

Qual a língua oficial? Swahili e inglês. O swahili é a principal língua falada e oficial e une as tribos, mas o inglês também é falado.

Quantos habitantes tem a Tanzânia? Aproximadamente 60 milhões.

Qual a capital? Há aproximadamente 4 anos, a capital do país, que antes era Dar es Salaam, foi alterada para Dodoma.

Qual a moeda usada? Shilling tanzaniano. Um dólar equivale mais ou menos a 2.300 shillings tanzanianos.

Como está a situação do COVID-19 na Tanzânia? Na data em que fomos, ou seja, de 1 a 12 de novembro de 2021, a situação estava bastante tranquila, com poucos casos de infecção, mas isso muda a cada dia e a variante ômicron estava surgindo.

Como fazer safári? Somente se pode entrar nos parques com guias oficiais e veículos apropriados. Nós contratamos nossa agência local de safári Leopard Tours, por intermédio de uma agência brasileira, chamada Highland Adventures, sediada na cidade de São Paulo.

1º Dia de safári – Tarangire National Park

Saindo de Arusha, rumamos para os parques, parando, antes, em uma galeria de arte, nos arredores da cidade, onde pudemos apreciar esculturas e pinturas. Ali há ainda uma lojinha, onde vendem a pedra semipreciosa chamada “tanzanita”, de coloração azul.

Chegamos, então, ao Parque Tarangire, não tão famoso quanto os outros parques, mas igualmente interessante.

Ali vimos diversos animais típicos da savana africana, como elefantes, leões, girafas, javalis, zebras e antílopes.

O almoço foi um espetáculo à parte. Sentamos em um restaurante com vista panorâmica para o rio, onde os animais iam beber água, enquanto tomávamos um vinho branco.

Além disso, dois elefantes invadiram as instalações do restaurante e calmamente buscaram alimentos nas copas das árvores, como se ninguém estivesse lá.

Hospedagem na selva

No cair da tarde, chegamos ao nosso lodge, que foi o mais espetacular da viagem. Esse hotel ecológico é construído ao redor de uma árvore de baobá e os chalés são na altura das copas das árvores. Não há cercas ao redor das instalações, então os animais transitam livremente por ali. Como resultado, os hóspedes não podem caminhar de seus respectivos quartos para a recepção, sem acompanhamento de um guerreiro maasai, que saberá o que fazer no caso de um predador se aproximar.

Junto à piscina, há um pequeno lago, no qual os animais matam a sede a todo tempo. Os elefantes tomaram conta do lago ao entardecer, ao passo que as zebras vieram na manhã do dia seguinte.

À noite, o hotel ofereceu um jantar ao ar livre, com uma apresentação de dança típica dos maasais. Por fim, quando fomos dormir, ouvimos o rugido de um leão, bem abaixo da janela de nosso quarto. Maior integração com a natureza não há!

Quem são os Maasais?

A Tanzânia é composta por mais de 120 tribos, sendo a mais peculiar delas a tribo dos maasais. Os maasais são um grupo étnico africano de seminômades, que vivem em tribos itinerantes. São grandes guerreiros e, ao mesmo tempo, pastores. Enquanto viajamos pelas estradas, frequentemente vemos um solitário maasai pastoreando suas cabras e vacas.

2º Dia de safári – Parque Manyara

O Parque Manyara foi nosso destino de safári deste dia. Ele tem um ecossistema próprio e, diferentemente, do Parque Tarangire, é bem úmido e verde (é um bosque). Ali vimos centenas de babuínos e dezenas de elefantes, em grupos familiares. Foi interessante ver dois elefantes irmãos brincando:

Nosso almoço foi um piquenique, na beira do lago Manyara, após o que, seguimos para a cratera de Ngorongoro.

No caminho, logo avistamos o paredão do Great Rift Valley, com 600 metros de altura.

Depois que subimos uma pequena serra, chegamos ao topo dos montes. Minutos depois, chegamos ao mirante da Cratera de Ngorongoro, uma das coisas mais belas que já vimos na vida e um dos principais pontos de turismo na Tanzânia.

A cratera surgiu como resultado do afundamento de uma montanha, formando, assim, um círculo, com 18 km de diâmetro. Ali criou-se um ecossistema praticamente isolado, com diversos animais (incluindo-se os “big five”). Grande parte dos programas sobre animais na Net Geo, Discovery Channel e Animal Planet são gravados ali naquela cratera.

Quais são os big five? São eles o leão, elefante, rinoceronte, búfalo, bem como o hipopótamo.

Saindo do mirante, fomos diretamente ao hotel, onde assistimos a uma apresentação de música típica e, em seguida, a uma apresentação de dança maasai. Acabei comprando um instrumento de percussão da banda, que usei no jantar, para tocar com os garçons, enquanto eles cantavam a típica música de boas-vindas da Tanzânia:

“Jambo, Jambo bwana,

Habari gani,

Mzuri sana.

Wageni, Wakaribishwa, Tanzania yetu,

Hakuna Matata…”

Assim como eles, pedi gorjeta aos hóspedes pela minha apresentação, mas não deu certo (risos).

3º Dia de safári – Ngorongoro

Acordamos bem cedo para continuar explorando a Cratera de Ngorongoro, porém, não adiantou madrugar, porque um elefante bloqueou a estrada por cerca de uma hora e meia e ficamos ali parados esperando, enquanto ele nos encarava com cara de bravo.

Logo que chegamos ao fundo da cratera, nos deparamos com uma família de leões, com dois jovens machos, diversas jovens fêmeas e a mãe de todos eles.

Os mais novos brincavam entre si, enquanto outros tentavam chamar a atenção da mãe.

O café da manhã foi um piquenique ali na cratera, com zebras correndo ao nosso redor e passarinhos amarelos tentando furtar nossa comida (um deles efetivamente conseguiu pegar o bolo da minha mão).

No fundo da cratera, vimos de tudo que se possa imaginar: ali você se sente o próprio fotógrafo da Nat Geo.

Leões, hipopótamos, flamingos, javalis, hienas, aves e antílopes são apenas alguns exemplos.

Vimos até mesmo o exótico grou-coroado-cinzento, ave nacional da Uganda:

Além disso, flagramos situações interessantes relativas ao comportamento animal, tal qual um chacal caçando um filhote de javali, rinocerontes tentando cruzar, uma chita caçando um rato e zebras tentando cruzar.

Um grande leão adulto bocejava preguiçosamente sobre a relva, até que o sol ficou muito forte para ele e ele acabou por se abrigar numa vala, sob a estrada.

Ou seja, centenas de animais coexistem ali, pacificamente, uns ao lado dos outros, sejam eles presas ou predadores.

4º Dia de safári – os Maasais, Oduvai Gorge e Serengetti

Vila Maasai

Logo pela manhã, nosso primeiro ponto de parada foi uma típica Vila Maasai.

Ao nos receber, eles dançaram e cantaram cantigas de boas-vindas, balançando seus coloridos balangandãs. Em seguida, nos envolveram em uma manta típica e nos convidaram a saltar, juntamente com eles.

Antigamente, para provar seu valor, o guerreiro maasai tinha que matar um leão, com sua lança. Como o governo, por razões óbvias, proibiu essa prática, atualmente um maasai prova o seu valor pulando. Sim, pulando! Aquele que saltar mais alto será um líder, será o mais cobiçado pelas mulheres e mais esposas ele terá, chegando a ter 5 ou mais esposas (são poligâmicos).

Eu fui elogiada pelas mulheres da tribo, que acharam meu pulo alto.

As ocas dos maasais são circulares e são feitas de barro, esterco e galhos, ao passo que a vila é envolta por uma cerca de espinhos, para proteção contra os predadores. No coração da vila há outra pequena cerca, onde são mantidos os animais, tais quais as cabras. Além disso, há na vila uma escolinha.

Oduvai Gorge

Depois que deixamos a vila Maasai, seguimos, então, para o Oduvai Gorge, que é o chamado “berço do mundo”, devido à importância de suas escavações arqueológicas.

Segundo estudos científicos, o homem primitivo surgiu no Great Rift Valley, a fenda geológica. Nesse sentido, Lucy, a mais antiga primata que se tem conhecimento (australopitecus afarensis), foi também encontrada na grande fenda (porém, na Etiópia). A partir da África, esses primatas migraram para o Oriente Médio e, posteriormente, dali para o resto do mundo.

No Oduvai Gorge há um museu, sendo que a guia nos explicou diversas coisas interessantes sobre o local, sobretudo em relação à idade geológica do solo, escavações arqueológicas e evolução do homem.

Serengeti

Saindo de Oduvai Gorge, seguimos finalmente para o Serengeti.

O nome “Serengeti” já traz em si a grandiosidade e a imensidão do local, pois na língua maasai, significa “planície sem fim”. E eu acrescentaria ao nome, se eu pudesse, algum sinônimo de abundância. Sim, o Serengetti impressiona pela abundância de vida selvagem.

É o lugar onde ocorrem as maiores migrações de animais no planeta (quase 2 milhoes de gnus, 250.000 zebras, 500.000 gazelas, entre outros).

No Serengeti vimos inúmeros leões, incontáveis girafas, milhares de antílopes e o início da grande migração de gnus.

A grande migração começa no Quênia e termina na Tanzânia. Nessa época, milhões de animais atravessam do parque Maasai Mara (no Quênia) e chegam ao parque Serengeti (já na Tanzânia).

Vimos muitas coisas interessantes da vida animal, tal qual um leão tentando cruzar com uma fêmea e uma chita se escondendo atrás de nosso carro, para surpreender sua presa.

No fim da tarde, tomar um vinho branco na beira da piscina, com a vista para a savana, é uma experiência indescritível.

5º Dia de safári

Neste 5º dia de Safári na Tanzânia, fizemos um passeio de balão sobre a planície sem fim do Serengeti. Acordamos às 4h00 da manhã, enquanto ainda estava escuro, e logo já estávamos sobrevoando a savana. Além de diversos antílopes, vimos um grupo de aproximadamente dez leões, a maioria filhotes, próximo ao riacho Serona.

Ao final do voo, fomos agraciados com uma taça de champanhe, para comemorar, e em seguida tomamos um farto café da manhã na mata.

Depois que terminamos o café da manhã, continuamos nosso safári terrestre e vimos muitos suricatos, hipopótamos, alguns leopardos descansando sobre uma árvore, filhotes de leão sobre uma grande rocha (o que nos fez lembrar do desenho “O Rei Leão”), entre outros.

Além disso, ao parar para observar duas leoas, uma delas encostou contra nosso carro, procurando uma sombra.

Ao final da tarde, tomamos uma cerveja na piscina do hotel, para refrescar, apreciando a belíssima vista da planície, já que o hotel não é cercado.

6º e último dia de safári

Este foi o dia de partida para Zanzibar, sendo que, a partir daqui, a narrativa continua em outro post.

Porém, ainda a caminho do aeroporto de Serona (dentro do Parque Serengeti), avistamos mais leões e uma família de elefantes, com um filhote de poucos meses (cerca de dois meses).

Voamos, por fim, do Seregeti para Arusha e de Arusha para Zanzibar, sendo que, durante o voo, pudemos avistar o monte Kilimanjaro, com seu pico nevado, um lago em forma de coração e o Rift Valley.

Para mais destinos na África, não deixe de conferir:

África do Sul

Egito

Marrocos

Suazilândia (Essuatíni)

Confira mais informações sobre a melhor época para ir à Tanzânia, acessando AQUI o post do site de viagens Porta de Embarque.

Comecei esse post com a popular expressão “Hakuna Matata“, que significa, em swahili, “sem problemas” e, por falar nisso, não deixe de conferir AQUI 50 frases inspiradoras sobre viagens, do blog Viagem e Cura, da Luana Lopo.

Por fim, não deixe de conferir esse saboroso post sobre os melhores pratos africanos.