Cairo

O que fazer no Cairo, capital do Egito?

O Cairo, capital do Egito, pronunciada al-Qāhirah em árabe, é uma cidade fabulosa, que ostenta edificações milenares e uma história riquíssima.

Sendo a maior cidade do mundo árabe, as diversas invasões levadas a cabo pelos Mamluks, Otomanos, franceses e britânicos a tornaram um mosaico arquitetônico e cultural.

Além disso, ela é cortada pelo Rio Nilo e sedia em seus arredores as faraônicas Pirâmides de Gizé.

Cairo e rio Nilo

Confira, a seguir, algumas de suas atrações.

Pirâmides de Gizé

As grandiosas Pirâmides de Gizé e a Esfinge são as atrações turísticas mais procuradas no Egito. 

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E não sem razão, pois elas realmente impressionam por sua grandiosidade, antiguidade e por toda sua bagagem histórica.

Elas foram eleitas no passado como uma das 7 Maravilhas do Mundo Antigo – a única que ainda subsiste.

Cada pirâmide leva o nome do faraó que a construiu para que lhe servisse de câmara mortuária.

A maior delas é Quéops (ou Khufu, na língua original), com 146 m de altura, e data do ano 2.570 a.C. 

A segunda em ordem de tamanho é Quéfren (ou Khafre, filho de Quéops), com 136 m de altura.

A terceira pirâmide é Miquerinos (ou Menkaur), com 62 m de altura.

Os três faraós eram da 4ª Dinastia.

Alguns milênios mais tarde, as pirâmides foram alvo de depredação dos islâmicos, que durante a construção do Cairo, retiraram pedras que se destinaram à construção de mosques e palácios.

Esfinge

A Esfinge é a guardiã da pirâmide de Quéfren e foi erigida porque, durante a construção da pirâmide, os escavadores encontraram uma rocha mais resistente, que tinha o formado do corpo de um leão. Dessa forma, o faraó decidiu mandar esculpir seu rosto naquilo que parecia ser um leão.

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Ao contrário do que se diz, não foi Napoleão quem quebrou o nariz da esfinge, mas sim os árabes, entre os séculos XI e XV.

Papiro

Nas imediações das pirâmides, é possível encontrar algumas fábricas artesanais de papiro, com demonstrações de como ele é produzido.

papiro

Primeiramente, o junco é colhido e picado no tamanho desejado. Em seguida, ele é fatiado, martelado e prensado com um rolo para extração de sua seiva.

Depois, ele fica de molho em água por uma semana, até criar uma espécie de cola. Posteriormente, as tiras são dispostas lado a lado e cruzadas e deixadas sob uma prensa.

Após a secagem, o papiro estará finalmente pronto para receber os desenhos e pintura.

Mênfis e Pirâmide de Saqqara

Ainda nas imediações do Cairo, situa-se Mênfis, primeira capital do Egito unificado. Seu fundador foi o primeiro imperador das duas terras unidas, qual seja, Menes, da 3ª Dinastia (3.100 a.C.).

Ali se encontram algumas estátuas do antigo templo de Ptah, deus egípcio da escuridão. 

Também em Mênfis situa-se a pirâmide de Saqqara, que tem um formato diferente (em “camadas”). Essa pirâmide é mais antiga do que as pirâmides de Gizé e se destinava a ser a tumba do faraó Zozer. Quem a erigiu foi seu vizir e arquiteto real, Imotep, no ano de 2.650 a.C. 

Egito Saqqara

Há outras tumbas na necrópole de Saqqara, como por exemplo:

– Kha-Gmni, também conhecido como Ti, um ministro. As inscrições nas paredes são bem preservadas em suas cores, representando cenas de sua vida;

– Teti (ou Titi): primeiro faraó da 6ª dinastia. Um estreito corredor leva ao interior de seu sepulcro, feito em alabastro.

– Mereruka: também contém belas inscrições, coloridas e bem preservadas.

Museu Egípcio

O incrível Museu Egípcio é uma atração imperdível no Cairo. Lá encontram-se diversos artefatos do Egito Antigo, datados de alguns milênios antes de Cristo.

O ponto alto do museu é definitivamente a galeria de Tutankhamon, o jovem faraó que governou o Egito de 1.336 a.C. a 1.327 a.C., e morreu com 18 anos de idade, cuja tumba foi descoberta em 1922, pelo arqueólogo Howard Carter.

Todos os objetos encontrados em sua tumba estão praticamente intactos: peças lindíssimas em ouro maciço, como amuletos, colares, sandálias, cadeiras e também algumas roupas. As peças mais belas são seu sarcófago e sua máscara mortuária, ambas em ouro maciço e adornadas com pedras preciosas. 

Cairo

Outro ponto interessantíssimo no museu é a sala das múmias reais, onde podemos ver onze múmias de faraós perfeitamente preservadas, tal qual  a de Seth I e a de Ramsés II.

Egito Mumia

No entanto, há muito mais objetos em exposição no museu e vale a pena passar, ao menos, uma tarde por ali.

Citadel do Cairo

Citadel do Cairo (Cidadela) é um dos locais mais bonitos da capital, sendo uma espécie de vila fortificada.

Ela foi centro do governo egípcio por 700 anos.

Cairo

Quem deu início à sua construção foi o islâmico Saladino, no ano de 1.176 d.C., para protegê-la sobretudo contra os cruzados.

Após a dinastia de Saladino, os Mamluks estenderam ainda mais a cidadelaOs “Mamluks” eram uma casta militar constituída por turcos, que governaram o Egito de 1.250 a 1.517.

Depois dos Mamluks, a cidadela foi tomada em 1.517, pelos turcos otomanos, os quais a controlaram até o ano 1.798, quando Napoleão Bonaparte invadiu o Egito e se apossou daquela fortificação.

Por fim, Mohamed Ali, um tenente do contingente albanês do exército turco otomano, libertou o Egito da dominação francesa e tornou-se o primeiro paxá do Egito.

Em 1.830, ele coroou a Citadel com uma mesquita de alabastro, em estilo turco otomano, que levou seu nome – Mesquita de Mohamed Ali – e que posteriormente passou a abrigar sua tumba. 

Cairo - mesquita de Mohamed Ali
Cairo - mesquita de Mohamed Ali
mesquita de Mohamed Ali

Por fim, ao lado da mesquita, está o mosque de Na-Nasir Mohammed, com um domo verde, em estilo mamluk, que data do ano de 1.318.

Mesquita Al-Rifa’i e Mosque-Madrassa do Sultão Hassan

Não muito longe da Citadel, situa-se a mesquita de Al-Rifa’i, do ano 1.867, que abriga as sepulturas dos membros da família real, dentre eles, do Rei Farouk, bem como do último xá do Irã, Reza Pahlevi.

Cairo

Ao seu lado, está o Mosque-madrassa do Sultão Hassan (mosque e escola), em estilo mamluk, que data do ano 1.356.

Cairo - centro

Sultão Hassan subiu ao trono aos 13 anos, mas foi vítima de assassinato antes de terminar a construção do mosque. 

No interior do mosque, há quatro “iwans”, ou seja, espaços onde funcionavam as quatro escolas do pensamento islâmico sunita.

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As aulas eram ministradas nesses espaços.

Mosque Ibn Tulum

Igualmente situado no centro histórico do Cairo, o mosque Ibn Tulum é uma imensa construção retangular, que data do ano 876.

Cairo
Ibn Tulum

O estilo arquitetônico do mosque se assemelha ao iraquiano, pois o governante Ibn Tulum, que ordenou sua construção, era do Califado de Baghdad (atual capital do Iraque).

Outras mesquitas e mosques

Existem, ainda, outras mesquitas no Cairo que merecem uma visita.

Um deles é o modesto Mosque Qaitbay, construído em 1.474, que tem sua imagem impressa nas notas de 1 Libra Egípcia.

Qaitbay

Datado de 1.503, o Mosque Qanibay, por sua vez, é retratado nas notas de 200 Libras Egípcias.

Qanibay

Também vale visitar o mosque Barquq, do Século XIV, onde funcionava um centro de educação da religião islâmica.

Barquq
Imagem de David Stanley, via Flickr

Na bela Praça Midan Hussein, situam-se as mesquitas Al-Azhar e Sayyidna Al-Hussein.

A primeira, ou seja, a mesquita de Al-Azhar, data do ano 970 e contém uma universidade. Ali está a mais alta autoridade teológica do Egito. 

Al-Azhar

Já a mesquita Sayyidna Al-Hussein abriga o túmulo de Al-Hussein, neto de Maomé, mas apenas muçulmanos podem entrar.

Mercado árabe Khan-el-Khalili

souq Khan-el-Khalili é um dos maiores e mais antigos mercados árabes do mundo.

o que fazer no Cairo - khan el khalili

Não somente os itens à venda, como também as estruturas milenares que abrigam as lojas são interessantíssimas.

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No interior do mercado, encontra-se o centenário Fishawi’s Coffeehouse, que tem mais de 200 anos de existência.

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Vale tomar um café por ali, enquanto se fuma nas shishas (narguilé) tabaco aromatizado. 

Bairro Copta

Os coptas eram cristãos egípcios que se desvincularam de Roma por divergências de credo (entendiam que Jesus é uma divindade, ao passo que Roma entende que ele era humano). Eles residiam, em geral, no Bairro Copta do Cairo.

No Séc. II d.C., os romanos construíram uma fortaleza neste bairro, da qual sobrou somente uma torre, localizada logo em sua entrada.

Além da Torre Romana, ali encontramos a Igreja Suspensa (construída sobre uma ponte), bem como mosteiro de São Jorge.

bairro Copta

Ainda no bairro copta, situa-se o mosque Amir Ibn al-As, que marca o local onde foi construído o primeiro mosque islâmico do Cairo, em 642 d.C. O nome do mosque homenageia o invasor árabe Amir Ibn al-As, que impôs a religião islâmica ao Egito. Porém, o atual edifício tem muito pouco da construção original.

Repare que os faraós egípcios da antiguidade não eram árabes e não se confundem com eles: os egípcios tinham uma etnia própria, uma língua própria e uma escrita própria! A cultura árabe apenas foi imposta séculos depois, no ano de 639 d.C., por invasores árabes, vindos do oriente médio e que encontraram um império que já havia sido conquistado por gregos e por bizantinos. Contudo, a cultura árabe perdura até os dias de hoje, na religião, na língua, nos costumes, na comida e em tudo mais.

Dança do ventre

É incrível assistir a uma apresentação de dança do ventre no Egito. No Cairo, há apresentações tradicionais, normalmente feitas em cabarés e congêneres (porque não é algo bem aceito pelos islâmicos), mas também há shows para turistas, em hotéis luxuosos, de redes internacionais.

Nós fomos à apresentação do restaurante do Hotel Sheraton, assistir, segundo eles, à melhor dançarina do ventre do Egito, que era, no entanto, brasileira!

Igualmente tradicional no Egito é a dança “sufi”, que se trata de uma dança apresentada por homens, que rodopiam e fazem piruetas, com uma espécie de manto colorido.

Por fim, não deixe de conferir nosso roteiro completo pelo Egito, bem como nossos posts sobre Abu Simbel e Templos do Rio Nilo.

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