Roteiro de 4 dias no Camboja

Embarcamos nesta exótica viagem no ano de 2008, em nossa lua de mel, passando, inclusive, pelo intrigante Camboja, onde fizemos um belo roteiro.

Tão “novidade” quanto seria a vida a dois, foi essa incursão pelo Oriente. Visitamos um total de seis países, sendo eles: África do Sul, Suazilândia, Tailândia, Camboja (nesta postagem), China (Hong Kong) e Indonésia (Bali). 

“O Oriente, muito mais fascinante que o Ocidente, guarda segredos ainda irrevelados. Uma ida àquele pedaço do globo, não se trata de uma simples viagem: é uma imersão em um mundo absolutamente fantástico e muito discrepante do nosso, mudando nossa forma de vê-lo, para todo o sempre.” 

Dia 1 – Seam Reap

Viajamos da Tailândia até o Camboja, aterrizando na cidade de Seam Reap (não é a capital, mas é uma das principais cidades do país). Chegando no final da tarde, primeiramente, deixamos a bagagem no hotel e fomos perambular pela graciosa cidadezinha, dando início ao nosso roteiro no Camboja. 

Em Seam Reap encontrei a paz que procurava no Oriente, até então, sem encontrar. A cultura local é bastante preservada e, consequentemente, muito menos corrompida.

A cidade é cortada ao meio por um rio, que leva, portanto, o mesmo nome: Seam Reap.

À noite, passeamos no Night Market, mercado com tendas, vendendo toda a sorte de coisas, desde roupas típicas até especiarias. Na sequência, cruzamos um boulevard repleto de restaurantes e bares. Paramos, então, em um bar temático muito legal, localizado na Pub Street, chamado “Temple“, todo decorado com estátuas em estilo khmer, que recriavam aquelas do templo Angkor Wat.

Assistimos a interessantíssimas danças típicas do Camboja (dança das Apsaras, ou ninfas; dança do pavão; dança do côco, entre outras).

Apsaras são “ninfas” e as bailarinas que reproduzem esses serem mitológicos usam trajes típicos:

Em seguida, fomos jantar em um restaurante chamado Amok e pedimos o prato de igual nome, que é a comida mais típica cambojana (pode ser feito com frango ou peixe e leva leite de coco e especiarias, sendo, portanto, absolutamente delicioso).

Vale a pena provar esse prato durante um roteiro no Camboja!

Dia 2 – Angkor Wat e Angkor Thom

Angkor Wat

Continuando nosso roteiro no Camboja, pela manhã, um taxista, com quem havíamos antecipadamente acertado um tour, nos apanhou no hotel e nos levou para conhecer os templos do complexo de Angkor. Ao chegar no local, fomos cercados por uma horda de garotinhas tentando vender souvenires e que ficavam muito bravas, se acaso recusássemos.

Começamos a visitação, primeiramente, pelo maior e mais famoso templo: o Angkor Wat, a principal atração em um roteiro no Camboja. Construído no séc. XII pelo rei Suryavarman II, esse monumento, no mais refinado estilo arquitetônico khmer, representa o Monte Meru, que equivale ao céu, para os hindus. Era, pois, a capital do império khmer, o qual se estendia desde o Mianmar até o Vietnã e durou do século IX ao XV.

O templo é dedicado ao deus Vishnu. Foi, ainda, utilizado como mausoléu para as cinzas do rei que o construiu.

Além das cinco torres centrais, outro ponto de interesse é a galeria que circunda o templo, com imagens esculpidas em alto e baixo relevos, retratando cenas de batalhas, bem como cenas da vida cotidiana e personagens da mitologia hindu (dos clássicos da literatura Ramayana e Mahabharata).

Ao redor do templo, grandes reservatórios de água servem para irrigação e representam águas sagradas que contornam o Monte Meru.

Complexo Angkor Thom

Continuando o fabuloso roteiro no Camboja, seguimos, então, para o magnífico complexo de templos de Angkor Thom, construído ao final do séc. XII, por Jayavarman VII. É um dos maiores templos do império khmer e foi a última capital do Camboja, por um período de cinco séculos. Logo que chegamos, atravessamos uma passarela margeada por estátuas de deuses e demônios.

Em seguida, adentramos o complexo por um de seus magníficos portões.

Esculturas de faces coroam o topo do portão.

Bayon

O primeiro e mais interessante templo desse complexo é o intrigante templo Bayon, com várias faces do rei, esculpidas em pedra.

Além disso, passamos pelo terraço dos elefantes (que era palco de cerimônias e celebrações), ornamentado com esculturas de elefantes, e terraço do Rei Leproso, ornamentado com esculturas de deuses, demônios e apsaras (ninfas).

A chuva é algo que pode aparecer de repente e, da mesma forma, sumir no minuto seguinte.

TaKeo

O templo seguinte chamava-se TaKeo e contava com uma estrutura piramidal de aproximadamente 55m. de altura.

Subimos até o topo e nesse meio tempo começou a chover torrencialmente, tornando a descida bastante escorregadia.

Ta Prohm

O almoço foi ali perto e seguimos, então, ao impressionante templo Ta Prohm, cenário do filme Tomb Raider, com Angelina Jolie.

Este templo, diferentemente dos demais, não foi restaurado desde sua descoberta pelos franceses.

Gigantes árvores o abraçaram com suas longas e grossas raízes, conferindo, portanto, um clima selvagem ao local.

Passamos, por fim, pelo templo Banteay Kdei e demos uma olhada rápida, pois estávamos exaustos por causa do calor.

À noite, fomos jantar no delicioso restaurante Le Tigre de Papier, que serve comida típica do Camboja.

Dia 3 – Outros templos e Vila Flutuante do Tonle Sap

Logo pela manhã, o mesmo simpático taxista nos apanhou, para que continuássemos explorando nosso roteiro no Camboja.

Kbal Spean

Primeiramente, fomos visitar o Kbal Spean. Trata-se de um trecho do rio Seam Reap (com aproximadamente 150 m. de extensão), onde as rochas do leito contêm esculturas em relevo, retratando os três deuses hindus, Shiva, Vishnu e Brahma, além de centenas de “lingas” (que é um símbolo fálico representado sexualidade e, portanto, fertilidade).

Dessa forma, acredita-se piamente que a água que passa pelas lingas se torna fértil e sagrada.

Fizemos uma trilha na mata de meia hora, para chegar lá e, mesmo sendo uma caminhada curta, ela foi extenuante, como resultado do calor e da humidade.

Beanteay Srei

Seguimos, então, para o templo Banteay Srei, datado do séc. X.

Não é grande, porém, é extremamente bem elaborado, com muitos detalhes esculpidos na pedra. É também chamado de “Cidade das Mulheres” ou “Cidade da Beleza”.

Nesse sentido, há esculturas em alto e baixo relevo de figuras mitológicas, cenas de batalhas etc.

Vila flutuante Tonlè Sap

Depois que almoçamos, seguimos para uma vila flutuante, composta de casebres, muito humildes, que se estendem por um braço do lago Tonlè Sap, o lago mais importante do Camboja.

A vila migra de posição no interior do lago, segundo a estação do ano, pois o nível da água varia.

Além de casebres, há escolas, templos, mercearias, bem como bares, ou seja, tudo que há em uma vila.

A pesca é a principal atividade econômica dos habitantes dessa vila sendo, portanto, sua forma de sustento.

Breves apontamentos sobre a história do Império Khmer:

O império Khmer perdurou entre os séculos IX e XIV e foi um dos mais importantes da Ásia, estendendo-se do Mianmar até o Vietnã. Sua capital era, naquela época, a cidade de Angkor. 

Após o séc. XIII, Angkor sofreu invasões pelos tailandeses, o que contribuiu, dessa forma, para a mudança da capital para Phnom Penh, em 1432. Os três séculos seguintes à queda do império Khmer foram marcados por dominações pelos estados vizinhos, ou seja, Tailândia e Vietnã. 

Em 1863, o rei Norodom buscou, então, a proteção da França, e o Camboja tornou-se um protetorado francês, com autonomia, quando, finalmente, em 1953, tornou-se totalmente independente, sob Norodom Sihanouk. 

Durante a guerra do Vietnã, após um golpe de estado, o rei do Camboja uniu-se ao partido comunista Khmer Rouge para retomar o poder e expulsar o governo pró-Estados Unidos. Em contrapartida, os Estados Unidos passaram a bombardear o Camboja, para eliminar bases comunistas dos vietcongues.

Com boa parte do país arrasada, o partido Khmer Rouge passou, então, a recrutar voluntários e tomou o poder em 1975, liderado pelo sanguinário Pol Pot. Eles ordenavam a evacuação das cidades, ao passo que forçavam a população a marchar para o campo, para reconstruir a agricultura do país nos moldes do século XI (comunismo agrário). 

Aboliram, dessa forma, tudo que vinha do ocidente. Nesse sentido, eram torturados e mortos todos aqueles que fossem ligados ao governo antecessor, bem como os profissionais e intelectuais, além dos vietnamitas, chineses, cristãos, muçulmanos, budistas, homossexuais e pessoas urbanizadas. Consequentemente, aproximadamente 3 milhões de pessoas morreram. 

Em 1978, o Vietnã por fim invadiu o Camboja. Em 1991, finalmente, a paz foi atingida. 

Já em 1996 o Khmer Rouge foi dissolvido e em 1998 Pol Pot faleceu, sem punição, portanto, por seus abomináveis crimes (fonte: Wikipédia).

Atualmente:

Um novo rei foi eleito, por fim, em 2004 (este rei era bailarino). Atualmente, o Camboja ainda sofre as sequelas do terror destes últimos anos, embora esteja se reconstruindo.

Dia 4 – Old Market

Os mercados são definitivamente uma importante atração em um roteiro no Camboja, razão pela qual decidimos visitar o Old Market. Naquele mercado encontramos, além de frutas exóticas, até mesmo insetos caramelizados, para o consumo humano! Além disso, comprei diversos temperos.

Almoçamos novamente no restaurante Amok e seguimos, por fim, para o aeroporto. 

Deixamos, então, o Camboja, rumo a Bali, continuando, portanto, nossa jornada pela Ásia!

Confira também os relatos da viagem para Bali !

Veja ainda mais dicas sobre o Camboja, acessando o site de viagens da Elizabeth Werneck, Angkor Wat e outros Templos de Seam Reap.