O que fazer no Instituto Inhotim?
Você sabia que o Instituto Inhotim é o maior museu a céu aberto do mundo?
E que, além disso, ele sedia um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do Brasil?
Situado na cidade de Brumadinho, no Estado de Minas Gerais, a 60 km de Belo Horizonte, o Instituto Inhotim se trata, em suma, de um espaço de quase 1000 hectares, com uma flora exuberante e repleto de galerias de arte e de obras ao ar livre.
Antigamente, a área era uma fazenda, pertencente a uma empresa mineradora, e seu administrador, Timothy – um inglês – era chamado pelos funcionários de Senhor Tim ou, na forma popular, “Nhô Tim”. Como resultado, o local passou a ser chamado de “Inhotim”.
Nos anos 80, a fazenda foi adquirida por Bernardo Paz, empresário da área de mineração e siderurgia, casado com a artista plástica Adriana Varejão. Ele decidiu, então, transformar sua propriedade em um museu a céu aberto.
Assim, no ano de 2002, fundou-se o Instituto Inhotim que, desde então, passou a reunir obras de diversos artistas brasileiros e estrangeiros, como Hélio Oiticica, Cildo Meireles e da própria Adriana Varejão, entre muitos outros.
Atualmente (ano de 2023), o instituto abriga 23 galerias, com exposições fixas e temporárias, 25 obras de arte externas e diversos jardins, divididos em três circuitos, quais sejam, o Amarelo, o Cor de Rosa e o Laranja, conforme o mapa abaixo.
Começando a visita
Os ingressos para o Instituto Inhotim podem ser adquiridos antecipadamente, pela internet, assim como no local.
O espaço é enorme e às vezes é difícil visitar tudo no mesmo dia.
Primeiramente, começamos a visita com um tour guiado, que sai às 10h30 e dura, em média, uma hora e meia.
Esse tour é muito interessante, pois o guia nos conta um pouco sobre a história do Instituto Inhotim, além de nos explicar sobre a flora do parque.
O Instituto Inhotim conta com alguns restaurantes, bem como cafés em seu interior.
O Restaurante Tamboril é o mais elegante e custa cerca de R$130,00 por pessoa, ao passo que o Restaurante Oiticica tem um preço um pouco mais acessível.
Os cafés estão espalhados pelo parque e são uma ótima pedida para quem não quer perder tempo de visita. Isso porque ali você pode apanhar um pão de queijo ou um salgado para comer rapidamente, com um café ou suco.
Além disso, há vários bebedouros espalhados pelo parque. Então, o ideal é levar um recipiente para reabastecer com água, pois certamente você sentirá muita sede durante as caminhadas.
Há transporte no interior do parque, que são como carrinhos de golfe e que circulam entre as atrações, por um custo adicional de aproximadamente R$35,00. Nós, entretanto, fizemos tudo a pé, o que é perfeitamente possível e muito mais agradável.
Veja, a seguir, algumas galerias e obras que visitamos lá, divididas por circuito.
Circuito Amarelo
Ele é o circuito central do parque. Começamos entrando pela porteira da antiga fazenda, após o que há um longo corredor, emoldurado por árvores e por um lago.
Ao final deste corredor, encontramos a antiga sede da fazenda, bem como a obra de arte Gui Tuo Bei, do artista chinês Zhang Huan, uma espécie de ser híbrido, que mistura homem com tartaruga.
Ainda no Circuito Amarelo, encontramos as seguintes obras: The Mahogany Pavilion (a Bandeira de Mogno), de Simon Starling; Inmensa, de Cildo Meireles; Escultura para todos os materiais não transparentes, de Waltercio Caldas; escultura sem título, de Edgard de Souza; Pinocchio Block Head, de Paul McCarthy; Deleite, de Tunga; escultura sem título de Amílcar de Castro; Troca-troca, de Jarbas Lopes; Abre a Porta, Rodoviária de Brumadinho, de John Ahearn e Rigoberto Torres e, por fim; By Means of a Sudden Intuitive Realization, de Olafur Eliasson.
Galerias do Circuito Amarelo
No Circuito Amarelo, merecem destaque a Galeria Mata, a Galeria True Rouge, a Galeria Fonte e a Galeria Cildo Meireles.
Na Galeria Mata (G1 do mapa), havia uma exposição temporária sobre o Teatro Experimental Negro (TEN), que teve a importante figura para o teatro negro no Brasil, Abdias Nascimento. Na mostra, encontramos painéis relatando sua trajetória, bem como algumas de suas obras de acrílica sobre tela.
Já na Galeria True Rouge (G2 do mapa), há uma bela exposição de elementos que lembram pássaros vermelhos em revoada.
Na Galeria Fonte (G4 do mapa), ocorria uma exposição temporária incrível, denominada “O Mundo é o Teatro do Homem“, com painéis, vídeos, recortes de jornais emoldurados, entre outros, relativos ao tema “artes cênicas”.
Por fim, na Galeria Cildo Meireles (G5 do mapa), há três salas. A primeira, reproduz uma espécie de Solo Lunar.
A segunda tem a decoração toda vermelha e podemos nos enganar, achando que é um cenário romântico, mas, na realidade, ela remete a latrocínio, morte, interrupção abrupta da vida.
Já a terceira sala tem o chão forrado de cacos de vidro e remete ao período da Ditadura, no qual as pessoas deveriam “tomar cuidado onde pisavam”.
Nas imediações da Galeria Praça (G3 do Mapa), situam-se os famosos painéis Abre a Porta e Rodoviária de Brumadinho, de John Ahearn e Rigoberto Torres.
Há nesse circuito, ainda, a Galeria Rivane Neuenschwander, que fez parte da visita guiada.
Circuito Laranja
No Circuito Laranja, que é o maior deles, encontramos as seguintes obras: Desert Park, de Dominique Gonzalez–Foerster; Viewing Machine, de Olafur Eliasson; Piscina, de Jorge Macchi; Palm Pavilion, de Rirkrit Tiravanija; Beam Drop Inhotim, de Chris Burden; Beehive Bunker, igualmente de Chris Burden; obra sem título, de Robert Irwin; Embrionário, Equilíbrio Amarrado, de Elisa Bracher; Elevazione, de Giuseppe Penone e; O espaço físico pode ser um lugar abstrato, complexo e em construção, de Rommulo Vieira Conceição.
Galerias do Circuito Laranja
O Circuito Laranja abrange as Galerias Adriana Varejão, Valeska Soares, Psicoativa Tunga, Galpão, Marilá Dardot, Carroll Dunham, Carlos Garaicoa, Cosmococa, Cristina Iglesias e Lygia Pape.
Uma das mais emblemáticas galerias do instituto é a da artista Adriana Varejão (G7 do mapa), onde encontramos um muro construído de “carne”, além de painéis em azulejos azuis, reproduzindo entes ligados a ventos e mares.
Já a Galeria Valeska Soares (G14 do mapa) é interessante por ser uma galeria sonora, que reproduz um salão de bailes, onde você dança juntamente com hologramas.
A Galeria Psicoativa Tunga (G21 do mapa) tem como tema a curiosa lenda sobre viajantes que assassinaram um grupo de virgens.
A Galeria Marilá Dardot (G17 do mapa) é uma galeria interativa e popular sobretudo com crianças, pois há pequenos vasos em formato de letras do alfabeto, que todos podem encher de terra e semear e, posteriormente, com esses vasos, escrever seu próprio nome.
Na Galeria Carlos Garaicoa (G18 do mapa), encontramos reproduções de diversos monumentos e construções históricas do mundo, feitos com cera de vela. Conforme a vela vai queimando, o fogo vai consumindo o monumento ou construção, o que nos remete à efemeridade do humano.
A Galeria Cosmococa (G15 do mapa), para mim, foi uma furada, pois esperamos cerca de uma hora na fila. No entanto, se não houver fila, vale a pena, porque ela faz um paralelo entre a fama de determinados artistas, como Marilyn Monroe, Jimmy Hendrix, entre outros, e o uso da cocaína. Além disso, em seu interior há um redário, colchões e uma piscina para banho (e é por isso que a fila demora para andar!).
Viveiro Educador e Meliponário
O Viveiro Educador e o Meliponário situam-se no Circuito Laranja e são um refrescante refúgio, onde se cultiva uma horta, que tem, inclusive, plantas aromáticas. Ali encontramos o Jardim de Todos os Sentidos, o Jardim Desértico, o Jardim de Transição, entre outros.
Circuito Cor de Rosa
Por fim, no Circuito Cor de Rosa está a obra que é o cartão postal de Inhotim, ou seja, Invenção da Cor, Penetrável Magic Square #5 De Luxe, de Hélio Oiticica.
Além disso, nesse circuito encontramos as obras Bisected Triangle Interior Curve, de Dan Graham; Dor de Cabeça, de Edgard de Souza e; Narcissus Garden Inhotim, de Yayoi Kusama.
Galerias do Circuito Cor de Rosa
No Circuito Cor de Rosa, merecem destaque as Galerias Lago, Miguel Rio Branco e Galeria Doug Aitken.
A Galeria Doug Aitken (G10 do mapa) é uma galeria sonora, na qual foi escavado um túnel vertical de 200 metros de profundidade, que proporciona ao visitante ouvir os ruídos do coração da terra, de forma amplificada. É absolutamente impressionante!
A Galeria Miguel Rio Branco (G16 do mapa) mostra o sofrido caminho da mulher negra até aqui e inclusive exibe imagens de mulheres escravas nuas, representado os abusos sexuais aos quais eram submetidas, por seus senhores. Dessa forma, não é permitida ali a entrada de menores de idade.
Há neste circuito, ainda, as Galerias Doris Salcedo, Marcenaria, Cláudia Andujar e Matthew Barney.
Por fim, não deixe de conferir nosso post sobre 10 Museus e Galerias de Arte no Brasil e no Mundo que você precisa conhecer.
Quando fui a primeira vez, vi que tinha muito o que fazer em Inhotim. Vi o básico que deu para ver em um dia mas quero voltar com calma e dormir em Brumadinho para aproveitar o Instituto Inhotim por dois dias e explorar na riqueza de detalhes.
É verdade Leo, o Inhotim merece ao menos dois dias de visita, para ver tudo com calma!
Procurando sobre o Instituto Inhotim, achei seu post e amei. Estou me programando para ir conhecer e adorei achar suas dicas. Parabéns pelo blog
Obrigada querida Hebe! Espero que você goste de lá!
Eu amo essa história do nome do Instituto Inhotim, acho tão mineiro rsrs Estou planejando há tempos conhecer esse lindo museu a céu aberto, mas quero ir pelo menos 2 dias para aproveitar bastante – a cada post que leio tenho mais certeza que um dia não é suficiente!
É verdade, Cíntia! O melhor é separar ao menos 2 dias para visitar o Inhotim! Você vai adorar!
Quero muito mergulhar nesse universo do Instituto Inhotim, em todo esse verde e toda essa arte. Deve ser uma experiência maravilhosa, passar o dia aí. Minas que me aguarde!
Soninha, é realmente um universo à parte, uma verdadeira imersão na arte contemporânea! Você vai adorar!
Iremos em família para Minas Gerais em maio, separei 1 dia pra Inhotim, vi aqui que o ideal seriam 2 dias, mas como temos um roteiro pelas cidades históricas do interior, separei apenas 1 dia. Vou ver com meus filhos as aéreas de maior interesse deles para que possamos aproveitar ao máximo.
Oi Ná, dá para fazer em um dia sim, desde que vocês cheguem cedo e evitem as galerias com fila.
Eu passei três dias em Inhotim e achei pouco. Vi muita coisa, uns 90%. Precisaria de mais um dia para alcançar tudo. Quem quiser fazer uma visita completa e sem correria, acho legal reservar pelo menos quatro dias. O lugar é agradável e as obras são de excelente qualidade , então acho que vale a pena fazer tudo com calma.
Com certeza! Tem toda razão.