Sand Bank

A ilha de Zanzibar

Zanzibar, atualmente pertencente à República da Tanzânia, é uma ilha paradisíaca, localizada na costa africana, no Oceano Índico.

A ilha foi um sultanato independente até o ano de 1964, quando juntou-se ao território da Tanganica, formando a República da Tanzânia.

Zanzibar é o maior expoente da cultura swahili (que é a fusão da cultura africana com a árabe e, ainda, com influências portuguesa, alemã, inglesa, persa e hindu).

Em Zanzibar funcionou um movimentado entreposto escravagista, até o ano de 1873, o que atraiu pessoas de várias partes do mundo, que se ativavam naquele abominável negócio.

Escravos eram capturados em diversas tribos africanas e finalmente levados a Zanzibar, onde eram vendidos para outros países (sobretudo para OMÃ).

Felizmente, essa desprezível prática foi abolida, mas a mistura de culturas e estilos marcou Zanzibar para todo o sempre.

Como resultado, até hoje a ilha é um caldeirão, onde se misturam diversas culturas, etnias, religiões e estilos arquitetônicos.

Emerson on Hirumzi - Zanzibar

Em Stone Town, centro histórico da ilha, há diversas mesquitas, igrejas cristãs e templos hinduístas. Ali, 95% da população é islâmica, mas, em geral, todas as religiões coexistem de forma harmônica e a liberdade de credo é um direito garantido pelo governo.

É muito interessante ouvir ao entardecer o muezim chamando para a reza, o sino da igreja tocando e os mantras dos templos budistas sendo entoados, tudo em uma mistura caótica de sons.

Por outro lado, não deixa de ser chocante ver meninas de 3, 4 e 5 anos já usando o “hijab”, aquele véu que cobre dos pés à cabeça, para, nas palavras do nosso taxista, “se acostumarem” com a desconfortável vestimenta, desde cedo.

Principais atrações de Zanzibar

O turismo em Zanzibar gira em torno do centro histórico Stone Town (Cidade de Pedra), bem como de suas praias paradisíacas.

A praia do centro não é exatamente bonita, sendo que as melhores praias são um pouco mais afastadas. Aliás, na praia do centro, a população se banha com roupas (mulheres cobrindo até os cabelos). Já nas praias mais distantes, não há problema algum em usar biquínis.

Sand Bank

Entretanto, na cidade, é melhor usar uma bermuda e camiseta com mangas (não custa respeitar as tradições da população local, ainda que você não concorde com elas).

1º Dia de Turismo em Zanzibar – Stone Town

Deixando a parte continental da Tanzânia, chegamos a Zanzibar de tarde e fomos, então, para o excelente Hotel Serena, na beira da praia. Em seguida, sentamos na piscina e tomamos um vinho rosê.

Na manhã seguinte, fizemos o passeio mais tradicional de Zanzibar, ou seja, uma incursão pelas ruelas e antigas edificações de Stone Town (Cidade de Pedra), que é o centro histórico.

Stone Town Zanzibar
Stone Town

Conforme eu disse, Zanzibar foi um entreposto escravagista e isso influenciou inclusive em sua arquitetura.

As portas das residências familiares, que são uma importante atração em Zanzibar, são minuciosamente talhadas à mão e demonstram a qual ramo de negócios aquela família se dedicava. Algumas portas ostentavam folhas, flores e animais, indicando que a família se dedicava à agricultura ou ao comércio agrícola. Já outras, por outro lado, ostentavam correntes esculpidas em madeira, indicando que estas se dedicavam ao comércio de escravos. As portas da residência de famílias islâmicas ostentavam trechos do alcorão, entalhados. Já as de famílias de origem indiana, continham metais pontiagudos, tradição na Índia.

portas de Zanzibar
portas de zanzibar

Visitamos, primeiramente, o Old Fort, edifício mais imponente de Stone Town, construído no século XVIII / XIX pelos árabes, para proteção contra os portugueses. Atualmente, o local é palco de shows e festivais internacionais, inclusive do Festival Internacional de Cinema de Zanzibar.

parque forodhani
old fort - stone town

Em seguida, caminhamos pelo Parque Forodhani, ou Parque da Alfândega, uma agradável praça à beira-mar, onde todas as tardes há uma feira de comidas típicas.

A partir deste parque, é possível avistar a House of Wonders, uma das edificações mais belas de Zanzibar, que era antigamente o palácio do Sultão. Ela estava, entretanto, inteiramente coberta por tapumes, em razão do bombardeio durante a “Guerra dos 45 minutos” e até hoje sua reforma não terminou.

Imagem de Wikipédia

O que foi a guerra dos 45 minutos?

Considerada a guerra mais curta da história, foi um conflito militar entre o Reino Unido e o então Sultanato de Zanzibar, ocorrido em 27 agosto de 1896.

Perambulamos, ainda, pelo caótico mercado de Zanzibar, onde se vende de tudo, desde especiarias a galinhas vivas. Aliás, Zanzibar é um grande produtor de temperos.

mercado de Zanzibar

Seguimos, finalmente, para o local do passeio que achei mais comovente: o Slave Market, onde antigamente funcionava o mercado de escravos. Atualmente, há em seu lugar uma imensa catedral e uma praça arborizada. Além disso, no local onde estava o pau de açoite, plantou-se uma bonita árvore.

Former Slave Market Zanzibar
Catedral Stone Town

Porém, foram mantidas, para fins de visitação, as câmaras subterrâneas onde os escravos ficavam presos, até serem vendidos.

Celas Slave Market - Zanzibar

É impossível não se emocionar ao entrar na cela. Eu mesma, tive uma crise de choro, resultante de um misto de tristeza e revolta, por pensar que seres humanos podem tratar com tanta crueldade seus pares. Esse vil mercado escravagista funcionou até 1873, mas o mercado ilegal continuou até 1897.

No lado externo, há uma bela e ao mesmo tempo desconcertante obra, que retrata os maus tratos aos quais os capturados eram submetidos:

Stone Town
Stone Town

Durante a visitação, aprendemos, ainda, um pouco sobre David Livingstone, um pastor e missionário britânico e um dos primeiros europeus a desbravar a África. Ele teve importante papel na abolição do comércio escravagista, pois sempre combateu o tráfico de escravos. Repare que, mesmo tendo sido abolido pelo Império Britânico, o comércio de escravos ainda era praticado por portugueses e árabes.

Depois que saímos de lá, seguimos para a Casa-museu do Freddie Mercury, onde o astro viveu até seus 9 anos de idade. 

Casa museu Freddie mercury

Passeio de dhow

Na parte da tarde, ao pôr do sol, fizemos um passeio de dhow, o barquinho a vela típico de Zanzibar. Ele era usado antigamente para a pesca e locomoção, o que durou apenas até os portugueses chegarem com suas caravelas, que eram mais eficientes. Os dhows que ainda existem são usados sobretudo para o turismo em Zanzibar.

stone town

2º Dia de Turismo em Zanzibar – Blue Safari

Durante esse passeio pela baía de Menai, chamado Blue Safari, você vai pensar que finalmente entendeu a definição de “paraíso”.

Zanzibar
Sand Bank - Zanzibar
Sand Bank - Zanzibar

As areias branquinhas, a água azul-turquesa, as ilhotas, as rochas e a natureza exuberante quase nos fazem chorar!

Sand Bank - Zanzibar

Definitivamente, é o mais belo passeio do turismo em Zanzibar.

Visitamos, primeiramente, o sand bank (banco de areia), na ilha de Fumba.

Sand Bank - Zanzibar
Sand Bank
Sand Bank - Zanzibar

Em seguida, fizemos snorkel nas proximidades, onde vimos peixe palhaço (o Nemo!), peixe papagaio e peixinhos listrados.

Por fim, fomos até a pequena ilha Kwale, onde almoçamos churrasco de frutos do mar, em um quiosque de palha.

Zanzibar

À noite, jantamos no interessante Emerson Hurumzi, um restaurante que proporciona uma experiência única e imperdível em Zanzibar. O jantar é no terraço do edifício, o qual confere uma vista panorâmica, não somente do pôr do sol, mas também de toda Stone Town. A partir dali podemos ouvir os muezins, os sinos da igreja, os mantras budistas, todos chamando seus seguidores para a oração, em um misto de sons hipnotizante.

Emerson on Hirumzi
Emerson on Hirumzi - Stone Town - Zanzibar

3º Dia de Turismo em Zanzibar – mais praias paradisíacas

Acordamos bem cedo para aproveitar nosso último dia e fomos até as badaladas praias de Nungwi e Kendwa. Elas ficam no extremo norte da ilha e são de uma beleza ímpar.

Nungwi beach - Zanzibar

Ali há, ainda, alguns resorts, onde você pode utilizar as espreguiçadeiras e os quiosques. Além disso, você pode consumir no restaurante do hotel.

Passamos o dia todo no resort Kendwa Rocks Beach Hotel, onde acontece, ainda a Full Moon Party, a famosa festa.

Kendwa
Kendwa beach - Zanzibar

No final da tarde, por fim, voltamos ao hotel e rumamos para o aeroporto, para retornar ao Brasil.

Breves informações sobre a Tanzânia:

bandeira da tanzania

A República da Tanzânia surgiu em 1964, como resultado da unificação de Tanganica (no continente) e Zanzibar (arquipélago). Ou seja, a junção dos nomes Tanganica e Zanzibar deu origem ao atual nome “Tanzânia”.

Onde fica? Na costa leste do Continente Africano, abaixo do Quênia e acima de Moçambique.

Qual a língua oficial? Swahili e inglês.

Quantos habitantes tem a Tanzânia? Aproximadamente 60 milhões.

Qual a capital? Há aproximadamente 4 anos, a capital do país, que antes era Dar es Salaam, foi alterada para Dodoma.

Qual a moeda usada? Shilling tanzaniano. Um dólar equivale mais ou menos a 2.300 shillings tanzanianos.

Como está a situação do COVID-19 na Tanzânia e, sobretudo, em Zanzibar? Na data em que fomos, ou seja, de 1 a 12 de novembro de 2021, a situação estava bastante tranquila, com poucos casos de infecção, mas isso muda a cada dia e a variante ômicron estava surgindo.

É possível explorar Zanzibar por conta própria? Definitivamente, sim, embora seja necessário contratar uma agência para passeios de barco.

Nós estávamos com a Agência de Turismo Highland Adventures, de São Paulo, que nos guiou em nossos safáris pelo continente e igualmente cuidou de nossos passeios por Zanzibar.

Para mais destinos na África, não deixe de conferir:

Safári na Tanzânia

África do Sul

Egito

Marrocos

Suazilândia (Essuatíni)

4 comentários em “Zanzibar”

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