Nepal

Roteiro no NEPAL

Um sucinto relato sobre um roteiro no Nepal e suas trilhas.

Fiquei em dúvida sobre a abordagem deste post, porque um roteiro no Nepal é algo muito pessoal e depende, assim, da intenção do viajante.

Eu mesma fiquei perdida em relação a qual roteiro ou atividades escolher.

Queria, a princípio, fazer trilhas nos Himalaias, mas não sou nenhuma expert, e fiquei com medo das histórias que eu sempre ouvi. 

Pesquisei bastante na internet, porém, nada sanava as minhas dúvidas com relação a roteiros.

Vou tentar, dessa forma, transmitir as informações da forma mais objetiva que eu puder.

Nossa escolha:

Nepal é um país que tem muito a oferecer, como jornadas espirituais, lindos templos, a cultura do exótico povo sherpa (povo das montanhas), bem como alguns dos melhores trekkings do mundo. Nesse sentido, fazer trilhas no Nepal é o sonho de qualquer montanhista.

Como resultado de nossas buscas, acabamos optando pelas trilhas no Parque Nacional Langtang, pois, pelo mapa, parecia um local muito próximo à capital Kathmandu, onde pousamos (e contávamos com, apenas, 5 dias no país).

Definitivamente, foi um ledo engano.

Isso porque a estrada para Langtang era tão ruim, que levamos, em suma, quase 12 horas para percorrer algo em torno de 200 km. As vias eram estreitas, repletas de crateras e algumas partes ainda estão em reconstrução, devido ao grande terremoto que assolou o país em 2015.

Além disso, o Parque Langtang é imenso e conta com vários percursos, sendo necessário, dessa forma, mais que dois ou três dias de caminhada para se aproximar dos picos nevados.

A melhor opção para trilhas no Nepal

Enfim, ao final da minha estada, concluí que a melhor região para fazer trilhas em um roteiro no Nepal é Pokhara

Ao lado de Pokhara fica a área de preservação de Annapurna, onde há igualmente diversas opções de trilhas.

Embora o trajeto entre a capital Kathmandu e Pokhara conte com aproximadamente 600 km, as estradas são melhores. Além disso, há voos saindo da capital.

Eu acabei não indo até Pokhara, por falta de tempo. Contudo, pelo que conversei com  os trekkers que conheci pelo caminho, Pokhara é a melhor opção para trilhas.

Em outras palavras, caminha-se muito mais em Langtang do que em Pokhara para chegar até a neve.

Existe também a opção da longa jornada para o acampamento base do Everest, que é a mais famosa das trilhas no Nepal, mas que leva em torno de 20 dias de caminhada.

Por outro lado, vale dizer que o ideal é contar com no mínimo, 9 ou 10 dias para fazer uma trilha durante um roteiro no Nepal.

Menos do que isso, vai acabar fazendo o que eu fiz, ou seja, mal conhecer a capital e correr, feito louca, para percorrer um mínimo de trilhas. Não que tenha sido ruim. Ao contrário, tive experiências culturais incríveis. Todavia, não cheguei nem perto da neve, o que me decepcionou um pouco.

Vou relatar neste post um pouco do que vivenciei neste curto período de Nepal.

Agências:

Alguns trekkers com quem cruzamos estavam fazendo trilhas por conta própria, mas isso não é muito recomendável, sobretudo se é a primeira vez do viajante no Nepal, pois a região é grande e é fácil se perder.

Atualmente, há dezenas, talvez, centenas de agências de turismo em Kathmandu, especializadas em trekkings nas montanhas e elas são, em regra, confiáveis.

Eu havia pesquisado e entrado em contato com diversas delas de antemão, mas a Yala Tours foi a que melhor me atendeu, com funcionários extremamente atenciosos e roteiro personalizado. O site deles é yalaadventure.com.

Roteiro em dias:

Em primeiro lugar, chegamos a Kathmandu, capital do Nepal, no dia 29/10/2017. 

O visto de entrada no Nepal pode ser feito antecipadamente, ou ainda, no próprio aeroporto, em totens automatizados, custando em torno de U$25,00.

Nepal

O pessoal da agência Yala Tours nos apanhou no aeroporto e nos levou até a sede, que fica no coração de Kathmandu, ou seja, no bairro Tamel, o mais turístico da cidade. 

Em seguida, apanhamos um veículo 4 x 4, que nos levou até Syabrubesi, uma vila onde fica o início da trilha que elegemos em nosso roteiro no Nepal. A viagem durou aproximadamente 12 horas e foi extremamente desgastante. Essas fotos abaixo foram tiradas em um trecho em obras, na estrada, que havia sido muito danificada por um terremoto que assolou o Nepal em 2015: 

Dormimos em Syabrubesi, em um alojamento bem simples, sem água quente. A comida também era bem simples, porém, gostosa. 

Em contrapartida, o povo é muito doce e acolhedor.

Primeiro dia de trilha

Começamos a trilha logo cedo. Fomos margeando o rio, que tinha diversas pontes enfeitadas com bandeirinhas coloridas contendo orações budistas, ao passo que no horizonte avistávamos o cume de diversos picos nevados.

bandeiras budistas
Nepal
Nepal
Nepal
Nepal
Nepal

Caminhamos por aproximadamente 4 horas. Ao longo do caminho, há alguns alojamentos, que disponibilizam refeições e igualmente lanches.

Nepal
Nepal
Nepal
comida na trilha

Paramos na vila de Bamboo, onde almoçamos e dormimos. O alojamento era na beira do caudaloso rio Langtang, formado por águas de degelo. 

Nepal
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 O alojamento era rudimentar, mas, em contrapartida, a natureza ao redor era espetacular.

Nepal
Nepal

A família que nos hospedou era muito simpática. Crianças brincavam na beira do rio, sem se preocupar com o frio. À noite, todos os hóspedes jantaram no refeitório comum, à luz de velas, enquanto conversávamos sobre trilhas no Nepal.

criança nepalesa
Segundo dia de trilha

Deixamos o vilarejo de Bamboo, passando pelos vilarejos de Rimche, Sherpagaon e, finalmente, Khanjin, onde dormimos. Levamos, no total, aproximadamente 6 horas caminhando.  Os vilarejos são habitados pelo povo Sherpa, povo das montanhas do Nepal. Eles são muito simpáticos e, apesar de sua pequena estatura, são muito fortes. Eles carregam a bagagem dos trekkers que vêm fazer trilhas no Nepal, bem como sacas de alimentos e até mesmo galões de 50 l. de combustível, para alimentar geradores.


Nepal


Nepal


 A carga é igualmente carregada por burrinhos.

Nepal
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Nepal
Nepal
Nepal

Atingimos, finalmente, o ponto de maior altitude da trilha de nosso roteiro no Nepal, onde havia uma bandeira branca, como marco:

Nepal
Terceiro dia de trilha

Pela manhã, logo cedo, o tempo estava aberto e o céu limpo. Pudemos avistar, dessa forma, o imenso pico Ganesh Himal, um dos maiores do Nepal.

Ganesh Himal
Nepal
Ganesh Himal
Nepal
Nepal
bebê nepalês

Por fim, apanhamos o caminho de volta para Syabrubesi, passando por mais vilarejos e diversos pequenos templos budistas (o que parece um amontoado de pedras na foto abaixo é, na realidade, um pequeno templo). O viajante se depara com muitos desses enquanto faz uma trilha ou um roteiro no Nepal. 

Nepal
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Nepal

Na vila de Khanjin, havia falecido alguém recentemente. Dessa forma, os demais habitantes do vilarejo estavam reunidos para fazer uma refeição comunitária, o que é uma tradição no Nepal.

Nepal

Enquanto descíamos as montanhas, cruzamos com alguns sherpas, que iam à cidade.

Nepal
Sherpas
Sherpas
Nepal
Nepal

Retornando à Syabrubesi, almoçamos e descansamos no alojamento. No final da tarde, fomos dar uma volta na pequena vila, enquanto testemunhávamos um pouco dos hábitos de seus moradores (mulheres em teares, homens vendendo peixe na rua, crianças brincando, etc.).

Mulher tecendo
Feira de peixe
Retorno para Kathmandu

 Acordamos às 3h30 e um 4 x 4 foi nos buscar nas montanhas. A viagem de retorno para Kathmandu foi, por outro lado, mais tranquila do que a de ida, demorando cerca de 8 horas. No caminho, pudemos avistar ainda mais picos nevados, tais como Manasolu, Annapurna e Ganesh Himal.


Nepal

Chegando a Kathmandu, fomos fazer compras na loja North Face e seguimos, então, para o aeroporto, de onde retornamos à Índia e, depois, por fim, ao Brasil.

3 comentários em “Nepal”

  1. Pingback: Trekking à Base das Torres del Paine | Viaje sem Pacote

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