Cruzeiro no Rio Nilo – Egito
Uma das atrações mais procuradas por quem vai ao Egito é o Cruzeiro pelo Rio Nilo.
Realmente, é algo de tirar o fôlego navegar pelo rio mais longo do mundo e avistar, em suas margens, templos faraônicos milenares.
Início do cruzeiro
Normalmente, os cruzeiros saem da cidade de Luxor e chegam a Aswan ou vice-versa, pois no trecho entre estas duas cidades estão os principais e mais belos templos.
Há cruzeiros de 3, 4, 7 dias etc.
Optamos pelo de 4 dias, passando por Aswan, Templo de Philae, Templo de Kom Ombo, Templo de Edfu, Templos de Luxor e Karnak, Vale dos Reis (tumba de TutankAmon), Templo de Hatchepsut, bem como pelos Colossos de Mnemon.
As embarcações contam com cabines privativas, equipadas com camas e banheiro. Além disso, os passeios e as refeições estão incluídos no preço do cruzeiro.
À noite, há geralmente apresentações de danças típicas, como dança do ventre, dança núbia e sufi dance.
Templo de Isis
O Templo de Isis situa-se na ilha fluvial de Philae.
Este templo foi construído no ano de 690 a.C., na era dos faraós ptolomaicos (descendentes do faraó Ptolomeu II).
Ele estava parcialmente submerso devido à construção da represa de Aswan e foi removido de seu lugar original e posteriormente restaurado.
O templo é todo esculpido com desenhos em baixo relevo dos deuses Isis, Osiris e outras divindades.
Kom Ombo
O imponente templo Kom Ombo é um dos mais bonitos que visitamos durante o cruzeiro no Rio Nilo.
É impressionante como as cores da estrutura vão mudando, conforme a posição do Sol.
Kom Ombo foi construído no ano 200 a.C., na época dos faraós ptolomaicos.
É dedicado ao deus-crocodilo Sobek e ao deus-falcão Horus.
Ali funcionava um centro médico e as técnicas medicinais deles eram bastante avançadas, para a época.
Eles realizavam até mesmo cirurgias, usando bisturis feitos da pedra obsidiana.
Templo de Edfu
O Templo de Edfu é igualmente dedicado ao deus-falcão, Horus, que é filho de Isis e Osíris.
Este é o templo mais bem preservado do Egito, tendo sido construído por volta de 237 a.C., também na era ptolomaica.
As paredes e colunas do templo eram repletas de hieróglifos em baixo relevo.
Quem eram os faraós ptolomaicos?
Em 332 a.C., Alexandre o Grande, que era grego, invadiu o Egito, respeitando, todavia, os costumes já existentes na região. A capital do Egito, naquela época, era Alexandria, cidade em homenagem ao conquistador grego. Após sua morte, um de seus generais, Ptolomeu, passou a dominar o território, tornando-se governante, e deu início a uma nova dinastia de faraós. Seus sucessores foram, portanto, denominados faraós “ptolomaicos”.
Karnak
Luxor é o nome que os árabes atribuíram à antiga cidade de Tebas, que já foi capital do império egípcio.
Ali se situam os maiores templos do Rio Nilo.
Um deles é Karnak, que é inclusive o maior templo do Egito.
Na verdade, Karnak se trata de um complexo de templos, que homenageiam o deus Amon, sua esposa Mut e seu filho Khonsu.
Ao chegar no templo, passamos, primeiramente, pela avenida de esfinges.
Antigamente, ela contava com 3 km de extensão e ligava o templo de Karnak ao templo de Luxor.
Em seguida, passa-se por uma imensa sala com 134 colunas, erigidas pelo faraó Sethi I e ornamentadas com altos relevos de plantas e flores de lótus, por Ramsés II, seu filho.
Karnak começou a ser construído no ano 2.200 a.C. e terminou por volta de 360 a.C., pelos faraós da 18ª a 20ª dinastias.
Entre os que adicionaram partes novas ao templo estavam os faraós Sethi I, Ramsés II, Hatchepsut, Horembheb, Amenothep III e Tutmosis I.
Cada faraó erigia estátuas de si mesmo, além de obeliscos, pilastras, paredões, muros, etc., tudo gravado com hieróglifos em alto relevo, relatando suas histórias – verdadeiros livros em pedra.
Uma peça que chama atenção é um grande escaravelho, construído pelo faraó Akhenaton, em homenagem ao deus disco-solar:
Algumas partes do templo, não sujeitas à incidência direta da luz solar, apresentam resquícios da pintura original.
Assim, podemos ter uma ideia de como o templo era, antes de suas cores esmaecerem por obra do tempo.
Luxor
O templo de Luxor situa-se a cerca de 3 km do templo de Karnak.
Ele foi construído pelo faraó Amenhotep III, em 1.390 a.C, em homenagem à sua família (esposa Mut e filho Khonsu) e também ao deus Amon-Rá.
Posteriormente, outros faraós ampliaram o templo, dentre eles, Ramsés II.
Na entrada do templo de Luxor também vemos a mesma avenida, que outrora o ligou ao templo de Karnak, com esfinges a ladeando, por toda sua extensão.
Na frente do templo há um belo obelisco, sendo que seu par foi doado à França, em 1829, por Mohamed Ali.
O obelisco doado está atualmente na Praça de la Concorde, em Paris, no exato local antigamente ocupado pela guilhotina, durante a Revolução Francesa.
O templo de Luxor não é tão grande em extensão quanto o de Karnak, mas, de certa forma, causa mais impacto.
Vale dos Reis
O Vale dos Reis ostenta as tumbas de diversos faraós do Novo Império Egípcio.
Visitamos as tumbas de Ramsés I, Ramsés III, Ramsés IV, bem como a de Tutankhamon (nesta última, você precisa pagar um valor à parte).
As tumbas dos diversos Ramsés são verdadeiras obras de arte, com afrescos preservadíssimos.
Elas mantiveram suas cores, pois ali não incide luz solar.
Contudo, a mais impressionante é a tumba de Tutankhamon.
A pintura e os afrescos dourados estão completamente preservados e não aparentam contar com milhares de anos (há apenas alguns fungos nas paredes).
Um dos sarcófagos (o externo) está ali, ao passo que os demais estão no Museu do Cairo.
Também no Vale dos Reis situa-se a residência de Howard Carter, o arqueólogo que descobriu a tumba de Tutankhamon.
Templo de Hatchepsut
O templo funerário de Hatchepsut, também chamado de Deir El Bahri, é um suntuoso mausoléu, situado nas proximidades do Vale dos Reis.
Hatchepsut era filha legítima do faraó Tutmosis I, que só teve filhas mulheres com sua esposa legítima, conseguindo apenas com sua concubina ter um filho do sexo masculino, Tutmosis II. Hatchepsut foi obrigada a se casar com seu meio-irmão e eles também tiveram somente filhas mulheres. Por outro lado, Tutmosis II teve um filho, Tutmosis III, também com uma concubina.
Como apenas homens poderiam ser faraós, Tutmosis III assumiu o trono após a morte do pai, sob a tutela de sua madrasta, Hatchepsut.
Inconformada com essa regra sexista e ambicionando ser igualmente uma faraó, ainda mais porque ela era herdeira e filha legítima de um deles, Hatchepsut deu um golpe de estado e tomou o trono para si.
Hatchepsut reinou como faraó do sexo feminino por muitos anos e neste meio tempo ela incentivou fortemente as artes e o comércio. Mandou trazer ao Egito, por exemplo, hena, plantas medicinais, chiclete, animais, entre outros. Todavia, seu enteado Tutmosis III retomou o trono e ordenou a morte da madrasta.
Colossos de Mnemon
Os Colossos de Mnemon são enormes estátuas do faraó Amenhotep III e o Cruzeiro no Rio Nilo – Egito incluem uma visita a eles.
Por fim, não deixe de conferir nosso roteiro completo pelo Egito, bem como nossos posts sobre o Cairo e Abu Simbel.
Agradeço aos amigos que gentilmente me cederam imagens para este post, sobretudo o amigo Frederico Belculfine Mazza, e ao casal de egípcios, residentes dos Estados Unidos, professores na universidade de South Dakota, Sra. Madeleine e Sr. Alfred Samuel Andrawis!