Confira esse post sobre Varanasi, na Índia, uma das cidades mais sagradas para os hindus e destino de frequentes peregrinações.
Varanasi, na Índia
Quando cheguei à Varanasi (ou Benares), não sei se a amei ou a odiei. Levei algum tempo para entendê-la. Por fim, percebi que é o lugar mais exótico que estive em meu roteiro pela Índia. Ela me proporcionou as impressões e as histórias mais interessantes da minha viagem pelo país, embora esteja longe de ser uma cidade bela.
Sagrada para os hindus, Varanasi já existia desde ano 1.200 antes de Cristo, sendo um dos lugares de peregrinação mais populares na Índia.
Ela é cortada pelo Rio Ganges e ao longo das margens há degraus que nos conduzem à água, divididos em setores, chamados de “ghats”, em outras palavras, “portões”.
Ghats
Os hindus se utilizam dos ghats para se banharem, pois acreditam que a imersão nas águas sagradas do Rio Ganges redime a pessoa de seus pecados.
Ao longo dos ghats, vemos muitas coisas interessantes que caracterizam a marcante cultura indiana e os hábitos dos hinduístas. Alguns banham-se em busca da purificação.
Outros lavam roupas, no mesmo lugar onde banham seus búfalos e vacas.
Os ghats mais coloridos e enfeitados são aqueles de propriedade dos governantes do sul.
Ritual da cremação
Alguns ghats de Varanasi se destinam à cremação, tal qual o Manikarnika Ghat. Elas acontecem a céu aberto, aos olhos dos passantes.
É muito auspicioso para o hinduísta ser cremado em Varanasi, pois, segundo suas crenças, isso os liberta do ciclo de sofrimento do samsara (ou seja, ciclo de nascimento, morte e reencarnação).
Todavia, não se permite a cremação para todos. Não podem se sujeitar a esse procedimento as crianças até 6 anos, gestantes, albinos, homens religiosos e pessoas que morreram por picadas de cobras, cujos corpos lançam-se diretamente no rio.
Embora não seja usual, é bem interessante assistir a uma celebração funerária que culmina com a cremação. No entanto, somente podemos observar de longe, em respeito à família dos mortos.
Primeiramente, o defunto é carregado pelas ruelas de Varanasi em uma maca, envolto em um manto cor de abóbora e flores, enquanto os familiares entoam cânticos funerários.
Ao chegarem à beira do rio, aspergem o corpo com a água sagrada e depois o colocam sobre o monte de toras de madeira.
Em seguida, o fogo é aceso e constantemente alimentado por uma espécie de serragem misturada com incenso. Por outro lado, o processo de queima é demorado, levando muitas horas.
Aarti Ganga
Diariamente, por volta das 19h00, têm início as celebrações chamadas de aarti ganga, na qual sacerdotes entoam cânticos, fazem orações, queimam incenso e dançam com fogo, em homenagem ao sagrado Rio Ganges.
Inclusive, o rio tem esse nome em homenagem à deusa Ganga.
Assistimos à cerimônia no Assi Ghat, onde lançamos pétalas de flores e velas acesas no rio.
Lassi
As lojas de iogurte com frutas, chamado “lassi“, também são famosas por lá e são praticamente uma parada obrigatória para o visitante, exceto para pessoas como eu, que têm intolerância à lactose (risos).
Passeio de barco no Ganges
Uma das atrações mais tradicionais de Varanasi é o passeio de barco pelo Ganges, durante o pôr do sol ou à noite.
As pequenas embarcações deslizam pelas águas do rio sagrado, enquanto soltamos velas acesas e fazemos pedidos.
O barquinho geralmente nos leva até o Dashashwamedh Ghat, onde ocorre a mais importante puja (cerimônia) aarti ganga. Vivenciar essa experiência é algo essencial em um roteiro pela Índia.
Enquanto estiver em Varanasi, vale a pena ir a um “rooftop”, ou seja, restaurante em terraços. Eles servem refeições deliciosas e oferecem música indiana ao vivo, com cítara, tabla, flauta e violão. Nós fomos e adoramos!
Por fim, não deixe de conferir nosso ROTEIRO COMPLETO PELA ÍNDIA. Confira, ainda, nossos posts sobre NOVA DELHI, JAISALMER, JODHPUR, UDAIPUR, JAIPUR, KHAJURAHO, AMRITSAR, PUSHKAR e AGRA.