Confira esse post com dicas de como visitar os campos de concentração de Auschwitz I e II.
Quando viajamos à Polônia, visitamos um dos locais mais importantes, em termos históricos, do Século XX: o lúgubre Campo de Concentração de Auschwitz.
Confira, a seguir, algumas dicas de como conhecer o local.
Para o visitante entrar sozinho nas dependências do campo, há um limite de pessoas e é preciso aguardar um horário que tenha vaga. Ou, então, é possível se encaixar e um dos grupos guiados (há grupos em vários idiomas). Para ir com o grupo guiado, é necessário adquirir um ingresso. Este ingresso fica disponível para venda em Auschwitz I. Depois, para ir a Auschwitz II – Birkenau, apanha-se um ônibus gratuito, pois os dois campos estão separados por cerca de 3 quilômetros.
Nós estávamos com um veículo próprio e é possível estacionar tanto em Auschwitz I quanto em Auschwitz II. Porém, é melhor estacionar no primeiro, porque é lá que o visitante obtém seu ingresso.
Recomendo fortemente a ida com o grupo guiado, para aproveitar mais a experiência.
Nossa guia nos deu uma explicação muito completa e minuciosa, começando mesmo pela descrição da Conferência de Wannsee. Esta conferência, realizada pelos Nazistas, foi a ocasião na qual se decidiu pelo extermínio de judeus que viviam na Europa, dando cabo da vida de aproximadamente 6 milhões deles.
Auschwitz I
Logo que entramos nas dependências de Auschwitz I, nos deparamos com a cínica frase em seu portão de entrada “Arbeit macht frei”, ou seja, “O trabalho liberta”.
Das dezenas de blocos que antigamente abrigavam os prisioneiros, alguns albergam exposições.
O primeiro bloco-museu que visitamos expunha painéis com fotos originais, retratando o sinistro momento da triagem. Trens vindos da Europa inteira chegavam a Auschwitz, lotados de judeus. Nesse momento, formava-se uma grande fila dos recém-chegados e se realizava uma triagem.
Os mais idosos, ou muito pequenos, ou quem não pudesse trabalhar já eram encaminhados diretamente às câmaras de gás, para serem aniquilados. Já os aptos ao trabalho iam ao campo de concentração.
Neste bloco há, ainda, um pequeno museu, com a exposição de bens pessoais dos judeus que pereceram em Auschwitz, como sapatos, malas, louças e outros pertences, como óculos e próteses.
Os cabelos das mulheres eram cortados, logo após sua morte na câmara de gás. Eles foram armazenados para serem posteriormente vendidos e hoje vemos uma grande montanha de cabelos.
No segundo bloco que visitamos, havia a reprodução dos quartos, com camas do tipo beliche ou mesmo palha no chão, bem como vasos sanitários e lavatórios. Os prisioneiros tinham autorização para usar o banheiro apenas duas vezes no dia.
No terceiro bloco visitado, que era o Bloco n.º 11, visualizamos uma sala, onde funcionava o tribunal sumário da Gestapo, bem como a sala da SS. Neste bloco havia, ainda, as minúsculas solitárias (ou seja, uma prisão dentro da prisão), bem como o paredão de fuzilamento.
A morte em Auschwitz
A morte em Auschwitz podia se dar pelas câmaras de gás, por injeção letal (resultado de experimentos médicos), por fuzilamento e por enforcamento (este último, destinado a quem tentasse fugir).
E, claro, havia também mortes por inanição, falta de cuidados médicos, excesso de trabalho e frio.
Vale dizer que nem todos os prisioneiros de Auschwitz eram judeus. Havia também condenados por crimes políticos, membros da resistência Polonesa, ciganos e prisioneiros de guerra soviéticos. Mas a maioria, sem dúvida, eram judeus. É possível verificar esses sinistros números abaixo:
Visitamos em Auschwitz I, ainda, a primeira câmara de gás do campo.
Porém, como esta câmara de gás passou a ser pequena para os propósitos genocidas dos Nazistas, eles construíram, em Auschwitz II – Birkenau, mais 4 câmaras de gás grandes.
Auschwitz II – Birkenau
Apanhamos um ônibus de um campo para outro.
Auschwitz II – Birkenau é bem maior que Auschwitz I.
Atualmente, as 4 câmaras de gás que ali existiram estão em ruínas, pois foram destruídas pelos Nazistas, quando os Soviéticos invadiram o campo, no final da II Guerra Mundial, para poder encobrir seus crimes de genocídio, morte em massa e outros crimes de guerra.
Ainda nesta ocasião, ou seja, quando da iminente chegada dos Soviéticos a Auschwitz, os Nazistas organizaram a marcha da morte, levando a maior parte dos judeus internos para os confins da Europa. Entre 9.000 e 15.000 pessoas morreram nesta marcha, fosse de cansaço ou por tentar fugir. Os que foram deixados em Auschwitz para morrer, acabaram sendo libertados pelos Soviéticos.
Nós visitamos o local na virada do ano 2025 e estavam preparando um grande evento, para comemorar os 80 anos de extinção do campo. Inclusive, alguns sobreviventes estariam presentes na cerimônia.
Veja, ainda, nossa viagem completa pela Polônia, bem como nossos posts sobre Cracóvia e Varsóvia.