Confira este roteiro na Europa, que começa na França e chega até a Rússia, passando pela Alemanha, Polônia e pelos Países Bálticos.
Mesmo fazendo diversas viagens à Europa, faltava a região dos Países Bálticos, Polônia e Rússia para conhecermos. Então, nesta viagem, resolvemos fazer mais um percurso, para visitar esta parte que faltava.
Começamos fazendo um leasing de um veículo na França, para ter maior autonomia, e conhecemos, nesta sequência, os seguintes países: Bélgica, Alemanha, Polônia, Lituânia, Letônia, Estônia e Rússia.
Vale dizer que, na Rússia, não entramos de carro, deixando-o na cidade de Narva, na Estônia, e cruzamos a fronteira a pé.
Começamos a viagem no dia 6 de dezembro de 2024 e retornamos no dia 4 de janeiro de 2025.
Neste post, não pretendo nem esgotar todas as atrações dos países que visitei, nem descrever minuciosamente a história desses destinos, mas, tão somente, dar um apanhado geral.
E nosso Roteiro na Europa: da França até a Rússia foi assim, em detalhes:
1º Dia – Chegada e ida para Bélgica
Nós pousamos no aeroporto Charles de Gaule, nos arredores de Paris, onde pegamos o carro em leasing, com a TT Renault Eurodrive.
Apanhamos a estrada e paramos na cidade de Lille, em uma loja de pneus, para trocar os nossos por pneus de inverno (apropriados para o gelo).
Após a troca, seguimos para a BÉLGICA, que fica bem próxima a Lille, parando em Bruges. Como chegamos tarde, apenas tomamos uma cerveja no bar do hotel.
2º Dia – Bélgica (Bruges e Ghent)
A encantadora cidade medieval de Bruges foi o primeiro ponto que visitamos neste nosso roteiro na Europa.
Entrecortada por diversos canais e ruelas, Bruges também é conhecida pelo apelido de “Veneza do Norte”.
A vila já pertenceu ao império Romano, aos Francos e já sofreu incursões dos vikings. Em 1128, Bruges recebeu o status de cidade e passou a fazer parte do circuito comercial flamengo, sobretudo devido à sua emergente indústria de lã e tecidos.
Bruges
Primeiramente, visitamos a Grote Markt, que é a praça central. Ali pudemos vislumbrar belíssimos edifícios, como o Museu de História, o Palácio Comunal e o Campanário Belfort.
Este último ostenta uma torre, com relógio, e já foi um depósito de tecidos, pois Bruges era um grande polo têxtil.
Do outro lado da praça há vários cafés, restaurantes e bares.
Nós scanneamos um QR Code em uma placa na praça principal, que exibia um mapa assinalando os principais pontos turísticos de Bruges. Passamos, então, pelas seguintes atrações, com base neste mapa: Estátua de Simon Stevin, matemático e inventor casa decimal, Igreja São Salvador; Parque Minnewater (que significa espírito da água), bem como pelas muralhas da cidade.
Ali fica, ainda, o Lago do Amor.
Voltando ao Centro Antigo, passamos pela cervejaria mais antiga de Bruges, De Halve Maan, datada de 1856, com tubos subterrâneos, que distribuem a bebida.
Avistamos, ainda, a Igreja Onze Lieve Vrouwekerk, de enormes proporções.
Em seguida, margeamos o Canal Groenerei, o mais icônico canal de Bruges.
No final deste canal, há uma praça com vários restaurantes.
À esquerda, há um pátio repleto de bistrôs e em seguida chega-se à Praça Burg.
Na Praça Burg situa-se a Prefeitura (Stadhuis), um edifício magnífico. Contígua a ela, fica a edificação Brugge Vrije (Liberdade de Bruges), que já foi o centro do governo.
Do outro lado da Prefeitura situa-se a Basílica do Sangue Sagrado (Basiliek van het Heilig Bloed).
Por fim, visitamos o Museu Groeninge, com um interessante acervo de pinturas de artistas flamencos, como Bosch e Van Eyck.
Ghent
Deixamos Bruges e dirigimos até Ghent.
Ghent é igualmente conhecida como “a cidade da música”.
Logo ao nos aproximarmos do centro antigo, já ficamos estupefatos com a visão do massivo Castelo dos Condes Graavensteen.
Esse castelo medieval data de 1180 e foi a residência dos Condes de Flandres, até 1353. Posteriormente, funcionou como tribunal, prisão, casa da moeda e até mesmo fábrica de algodão. Atualmente, ali funciona um museu.
Seguimos, então, para as plataformas Korenlei e Graslei, que margeiam o Rio Lys e que são salpicadas com lindos edifícios históricos, principalmente nas imediações da Ponte Saint Michel.
Acima da ponte, situa-se a imponente Basílica St. Michel.
Seguindo pela avenida em direção à praça principal, passamos pela Igreja St. Nicolas e pelo Palácio Belfort, datado do Século XIV, que ostenta um campanário, cumeado pela estátua de um dragão dourado, mascote da cidade.
Mais à frente, pudemos ver a Basílica de São Bavo, com obras de Van Eyck.
3º Dia – Bélgica (Ghent, Antuérpia e Bruxelas)
Ainda em Ghent, cruzamos novamente o centro histórico (Basílica St. Michel, Igreja St. Nicholas, Belfort e Catedral de São Bavo), passando, ainda, pela Stadhuis (Prefeitura). Depois, seguimos para a Praça Vrijdagmarkt. Por fim, passamos pelo Canhão Vermelho.
Deixamos Ghent e seguimos para a Antuérpia.
Antuérpia
A Antuérpia é também conhecida como a cidade da moda, por ostentar diversas lojas de grife.
Nossa primeira parada na cidade foi a Catedral de Nossa Senhora da Antuérpia (ou Ounze Lieve) que ostenta obras do afamado pintor flamenco Rubens.
Em seguida, rumamos à praça principal da Antuérpia, a Grote Markt, rodeada por edifícios tipicamente flamencos.
Já a Prefeitura da cidade conta com o estilo renascentista italiano.
No centro da praça há uma estátua de um herói cortando a mão de um gigante, lenda que deu origem ao nome da cidade.
Caminhamos até a margem do rio, onde visitamos o Castelo Het Steen.
Por fim, apanhamos o carro e fomos até o edifício do Porto, que mescla uma arquitetura antiga com partes bastante futurísticas.
Na mesma tarde, seguimos para Bruxelas, a capital da Bélgica.
Bruxelas
Ao entrar na cidade, ainda no caminho para o centro, paramos na igreja Notre Dame, a qual só visitamos por fora, pois estava fechada.
Grande Place e imediações
Seguimos, então, para o coração de Bruxelas, que é a Grande Place (praça principal), umas das praças mais charmosas da Europa, cuja construção teve início no Século XI.
Ela ostenta imponentes edifícios, como a “Maison du Roi” (Casa do Rei), em estilo neogótico, datada de 1536, também conhecida como “Casa do Pão”. Hoje, essa construção abriga um museu, dedicado à história da cidade.
Do lado oposto, situa-se a Prefeitura de Bruxelas (Hôtel de Ville ou Stadhuis), um edifício medieval, em estilo gótico, finalizado em 1455. O edifício possui a torre mais alta da praça (96 metros) e no topo desta torre encontra-se a estátua dourada de St. Michel, padroeiro da cidade, matando um dragão/demônio.
Outro edifício que se destaca na praça é a Casa dos Duques de Brabant, em estilo neoclássico, que ostenta bustos de aristocratas, entre outros ricos ornamentos.
Por fim, uma das partes mais charmosas da praça é aquela na qual encontramos diversas mansões, estreitas e altas, minuciosamente ornamentadas com alto relevos, estátuas, pilastras, balaustradas etc. Elas sediavam as “guildas” (ou corporações) de Bruxelas, tais como a dos padeiros, carpinteiros, açougueiros, cervejeiros, entre outras.
Cada casa tem um nome, como Le Roi d’Espagne, La Brouette, Le Cornet, Le Renard etc. Atualmente, esses edifícios abrigam lojas, bares e restaurantes.
Não muito longe da praça, encontramos a famosa estátua do Manneken Pis, que é uma escultura de um garoto fazendo um xixi eterno.
Mont des Arts
Subimos, então, para o Mont des Arts, parte mais alta de Bruxelas, onde se passa por um jardim, museus e edifícios governamentais.
Nas imediações, visualizamos o Old England Building, um edifício em Art Nouveau.
Jantamos em um restaurante, nas imediações da Grande Place.
Breves relatos históricos sobre a Bélgica
Em suma, a Bélgica era antigamente povoada por tribos Celtas, até a chegada dos Romanos. Tempos depois, foi tomada dos Romanos pelos Francos e também pelos Vikings. Era dividida em 2 regiões: Flandres, que falava flamenco, e Valois, que falava francês. Chegou a ser governada pelos Habsburgo da Áustria e pela Coroa Espanhola, conquistando sua independência apenas em 1830.
4º Dia – Bruxelas (Bélgica) e Alemanha (Colônia)
Ainda em Bruxelas, pela manhã visitamos os Museus Reais de Belas Artes (Musées Royaux des Beaux-Arts), composto pelo Museu Magritte e pelo Museu dos Grandes Mestres.
O Museu Magritte ostenta obras deste artista e, ainda, muitas obras da pintora norte-americana Emily Mae Smith.
Já o Museu dos Grandes Mestres ostenta obras de Bruegel, Rubens, Rembrandt e Van Dyck. Ali está, ainda, a famosa obra de Jacques Louis David, a Morte de Marat.
Deixamos a Bélgica e seguimos, então, para a ALEMANHA, dando continuidade ao nosso Roteiro pela Europa.
Colônia (Alemanha)
A primeira cidade que visitamos na Alemanha foi Colônia (Köln). Lá visitamos a Catedral de Colônia, bem como a Igreja St. Martin.
A história da Catedral de Colônia é muito interessante.
Datada do século XII, ela levou quase 600 anos para ser finalizada e, durante determinada época, chegou a ser a maior construção existente na Europa, com 154 metros de altura. No local onde atualmente está a igreja, havia um templo romano. No início do Século XII, um imperador alemão saqueou a ossada dos três reis magos em Milão e trouxe os despojos para este local. Por tal razão, ela se tornou um destino de peregrinação. Durante a 2ª Guerra Mundial a Catedral de Colônia foi bombardeada por 14 vezes e, mesmo assim, não desabou.
Passamos, ainda, pela região que margeia o rio, chamada Fish Market.
5º Dia – Alemanha (Castelos)
Um de nossos principais desejos, ao retornar à Alemanha, era visitar seus castelos. Cercados por uma mata exuberante, rios e pitorescas vilas, eles nos remetem a verdadeiros contos de fadas.
Tentamos, primeiramente, visitar o castelo Drachenburg, mas infelizmente não conseguimos, pois ele estava fechado.
Seguimos, então, para a vila de Cochem, coroada pelo castelo, que leva o mesmo nome.
Passeamos em seus arredores e apreciamos uma bela vista panorâmica de seu topo.
Partimos, então, rumo ao Castelo de Eltz. Ele também estava fechado para visitação, mas ao menos foi possível conhecê-lo por fora.
Apanhamos uma pequena trilha na mata, para chegar até ele.
Naquela tarde, visitamos, ainda, o Castelo de Braunfels, por fora e parcialmente por dentro (pátios).
Seguimos viagem e dormimos em uma vila chamada Eisenach, cidade natal de Johann Sebastian Bach!
O jantar foi surpreendentemente agradável, em uma taverna com decoração e música medieval.
6º Dia – Alemanha (Dresden)
Andes de deixar a vila de Eisenach, fomos visitar a casa em que Johann Sebastian Bach nasceu.
Em seguida, pegamos a estrada rumo a Dresden.
Dresden
Chegamos em Dresden e estacionamos perto de uma das principais praças da cidade, a Theaterplatz, onde fica a Semperoper (a casa de ópera mais famosa da Alemanha), a Pinacoteca dos Mestres Antigos (Zwinger – Gemaldegalerie Alte Meister) o Castelo de Dresden (Residenzschloss), entre outros edifícios históricos.
Primeiramente, contornamos o Residenzschloss até avistar o Furstenzug, que é um longo painel que retrata uma grande procissão de príncipes.
Ao lado do Residenzschloss, situa-se a Catedral de Dresden (Catedral da Santíssima Trindade ou Hofkirche).
Ainda no centro histórico, visitamos a Igreja Protestante (Frauenkirsche), que foi praticamente toda destruída durante a 2ª Guerra Mundial e posteriormente reconstruída. Ainda podemos visualizar uma parte da ruína antiga, no pátio externo.
É muito agradável caminhar beirando o rio Elba, a partir de onde se pode avistar todo o centro antigo, a outra margem e a histórica Ponte Augusto.
No final da tarde, entramos na Pinacoteca dos Mestres Antigos (Zwinger – Gemaldegalerie Alte Meister), onde pudemos apreciar importantes obras de Rafael (Madona Sistina), Canaletto, Van Dyck, Tiziano, Vermeer (Moça com a Carta), Rembrandt, Rubens, Velásquez, Murilo, Lucas Cranach e Jordaens.
A obra de Rafael, Madona Sistina, é muito famosa por retratar dois anjinhos, que se debruçam sobre a moldura da tela.
Encontramos neste museu, ainda, múmias egípcias.
7º Dia – Polônia (Breslávia)
Dando continuidade a nosso roteiro na Europa, deixamos a Alemanha e cruzamos a fronteira para a POLÔNIA, já no Leste Europeu.
Mesmo ela sendo no Leste Europeu, ela integra a União Europeia e, portanto, não há qualquer controle de fronteira para os cidadãos.
A primeira cidade que visitamos na Polônia foi Breslávia (ou Wroclaw), que fica na região da Silésia, ainda perto da fronteira com a Alemanha.
Breslávia
Ao estacionar o carro próximo ao centro histórico, já avistamos os icônicos Anões da Breslávia (Wroclawskie Krasnale), pequenas estatuetas de anões em bronze, espalhadas pela cidade.
Esta coleção, em número superior a 300, além de ter uma função decorativa, simbolizava a “Alternativa Laranja”, um grupo político polonês dissidente da era comunista.
Seguimos, então, para a Praça Principal (Wroclawski Rynek), uma charmosa praça com edifícios elegantes e coloridos, na qual se destaca a Prefeitura (Ratusz). Esta última se trata de um edifício em parte gótico e em parte renascentista, cuja construção levou quase 200 anos e que ostenta um relógio astronômico.
Caminhamos, ainda, na área verde das margens do Rio Oder, de onde pudemos avistar a Ilha da Catedral (Cathedral Island).
Em seguida, apanhamos o carro e fomos até esta ilha. Trata-se de uma ilha fluvial, que ostenta a imponente Igreja de São João Batista, uma basílica construída entre 1244 e 1590, destruída durante a 2ª Guerra Mundial e posteriormente reconstruída.
Deixamos a Breslávia e apanhamos a estrada em direção à Cracóvia, dormindo em uma cidade chamada Gliwice. Tomamos uma cerveja no pub Hemingway Club e jantamos em um restaurante indiano, chamado Mannat.
8º Dia – Polônia (Auschwitz)
Neste dia de nosso roteiro na Europa, visitamos um dos locais mais importantes, em termos históricos, do Século XX: o lúgubre Campo de Concentração de Auschwitz.
Para o visitante entrar sozinho nas dependências do campo, há um limite de pessoas e é preciso aguardar um horário que tenha vaga. Ou então, é possível se encaixar e um dos grupos guiados (há grupos em vários idiomas). Para ir com o grupo guiado, é necessário adquirir um ingresso. Este ingresso é vendido em Auschwitz I. Depois, para ir a Auschwitz II – Birkenau, apanha-se um ônibus gratuito, pois os dois campos estão separados por cerca de 3 quilômetros.
Recomendo fortemente a ida com o grupo guiado, para aproveitar mais a experiência. Nossa guia nos deu uma explicação muito completa e minuciosa, começando mesmo pela descrição da conferência de Wannsee. Esta conferência, realizada pelos Nazistas, foi a ocasião na qual foi decidido o extermínio de judeus que viviam na Europa, dando cabo da vida de aproximadamente 6 milhões deles.
Auschwitz I
Logo que entramos nas dependências de Auschwitz I, nos deparamos com a cínica frase em seu portão de entrada “Arbeit macht frei”, ou seja, “O trabalho liberta”.
Das dezenas de blocos que antigamente abrigavam os prisioneiros, alguns albergam exposições.
O primeiro bloco-museu que visitamos expunha fotos originais, ampliadas, retratando o sinistro momento da triagem. Trens vindos da Europa inteira chegavam a Auschwitz, lotados de judeus. Nesse momento, formava-se uma grande fila dos recém-chegados e era realizada a triagem.
Os mais idosos, ou muito pequenos, ou quem não pudesse trabalhar já eram encaminhados diretamente às câmaras de gás, para serem aniquilados. Já os aptos ao trabalho eram encaminhados ao campo de concentração.
Neste bloco há, ainda, um pequeno museu, com a exposição de bens pessoais dos judeus que pereceram em Auschwitz, como sapatos, malas, louças e outros pertences, como óculos e próteses.
Os cabelos das mulheres eram cortados, logo após sua morte na câmara de gás. Eles foram armazenados para serem posteriormente vendidos e hoje vemos uma grande montanha de cabelos.
No segundo bloco que visitamos, havia a reprodução dos quartos, com camas do tipo beliche ou mesmo palha no chão, bem como vasos sanitários, pias e lavatórios. Os prisioneiros tinham autorização para usar o banheiro apenas duas vezes no dia.
No terceiro bloco visitado, que era o Bloco n.º 11, visualizamos uma sala, onde funcionava o tribunal sumário da Gestapo, bem como a sala da SS. Neste bloco havia, ainda, as minúsculas solitárias (ou seja, uma prisão dentro da prisão), bem como o paredão de fuzilamento.
A morte em Auschwitz
A morte em Auschwitz podia se dar pelas câmaras de gás, por injeção letal (resultado de experimentos médicos), por fuzilamento e por enforcamento (este último, destinado a quem tentasse fugir).
E, claro, havia também mortes por inanição, falta de cuidados médicos, excesso de trabalho e frio.
Vale dizer que nem todos os prisioneiros de Auschwitz eram judeus. Havia também condenados por crimes políticos, membros da resistência Polonesa, ciganos e prisioneiros de guerra soviéticos. Mas a maioria, sem dúvida, eram judeus. É possível verificar esses sinistros números abaixo:
Visitamos em Auschwitz I, ainda, a primeira câmara de gás do campo.
Porém, como esta câmara de gás passou a ser pequena para os propósitos genocidas dos Nazistas, eles construíram, em Auschwitz II – Birkenau, mais 4 câmaras de gás grandes.
Auschwitz II – Birkenau
Apanhamos um ônibus de um campo para outro. Auschwitz II – Birkenau é bem maior que Auschwitz I.
Atualmente, as 4 câmaras de gás que ali existiram estão em ruínas, pois foram destruídas pelos Nazistas, quando os Soviéticos invadiram o campo, no final da II Guerra Mundial, para poder encobrir seus crimes de genocídio, morte em massa e outros crimes de guerra.
Ainda nesta ocasião, ou seja, quando da iminente chegada dos Soviéticos a Auschwitz, os Nazistas organizaram a marcha da morte, levando a maior parte dos judeus internos para os confins do país. Entre 9.000 e 15.000 pessoas morreram nesta marcha, fosse de cansaço ou por tentar fugir. Os que foram deixados em Auschwitz para morrer, acabaram sendo libertados pelos Soviéticos.
Nesta noite, dormimos em um hotel nos arredores de Cracóvia, repleto de obras de arte, chamado Dwor w Tomaszowicach e jantamos no restaurante do próprio hotel, comida típica polonesa.
9º Dia – Polônia (Cracóvia e Arredores)
Dando continuidade a nosso roteiro na Europa, neste dia, pela manhã, visitamos as famosas Minas de Sal de Cracóvia, em Wieliczka, um dos pontos turísticos mais populares da Polônia.
Minas de sal de Wieliczka
Contando com aproximadamente 300km de extensão, este labirinto subterrâneo de túneis e câmaras possui uma profundidade de 327 metros, divididos em 9 andares, abaixo do solo.
Ela começou a ser explorada em 1253 e encerrou suas atividades em 1996, sendo que ainda possui alguns troncos de contenção de 500 anos de idade. A exploração de sal era um negócio muito lucrativo, pois antes do advento da eletricidade, os alimentos eram conservados com sal. Por isso esse insumo era chamado de “ouro branco”.
Os pontos que achamos mais interessantes da mina foram a ampla Catedral de São Kinga, inteiramente esculpida em sal (inclusive altar, lustres e estátuas), o salão com o lago subterrâneo e sala de músicas de Frederic Chopin.
Também merece destaque o salão mais alto da mina, onde os nazistas tentaram construir uma fábrica de aviões.
Aliás, os Nazistas tomaram a mina durante a 2ª Guerra Mundial e a exploravam economicamente. Chegaram até mesmo a tentar construir esta fábrica de aeronaves de guerra, mas os Soviéticos os impediram.
Centro de Cracóvia
Na parte da tarde, visitamos outras atrações da bela cidade de Cracóvia, que foi a capital real da Polônia até 1596.
Começamos pelo centro antigo da cidade, parando no imponente Castelo Wawel (Wawel Royal Castle), em estilo renascentista. Até o Século XVI, esse castelo foi a sede do governo e residência real. Atualmente, ali funciona um museu que abriga, entre outros, as joias da coroa.
No interior do castelo situa-se a Catedral de Wawel, local onde se realizavam as coroações, funerais e enterro da nobreza polonesa, por séculos a fio. Chama a atenção a Capela de St. Sigismundo, dentro da Catedral, com seu reluzente domo dourado.
Já do lado de fora do castelo encontramos a estátua do Dragão de Wawel.
Visitamos, ainda em Cracóvia, a Praça Rynek, coração da cidade e uma das maiores praças medievais da Europa.
Ali se encontra a Basílica de Santa Maria, que ostenta duas torres assimétricas e cujo interior é feito em madeira, ricamente pintada.
O centro da praça é dominado pelo Cloth Hall (mercado medieval de tecidos), um edifício longo, datado do Séc. XIV, com uma bela arcada. Atualmente, o mercado abriga diversas barracas de souvenirs.
Ainda na praça, tomamos um cafezinho para esquentar, acompanhado de um doce, e ficamos perambulando um pouco mais, após o anoitecer.
Por fim, jantamos novamente no restaurante do hotel.
10º Dia – Polônia (Cracóvia e Varsóvia)
No dia seguinte, ainda em Cracóvia, visitamos a Fábrica de Schindler (cuja história é tema do famoso filme do Spielberg), e demos uma volta de carro nos bairros Kazimierz e Podgorze, que eram antigos guetos.
Deixamos Cracóvia e seguimos, então, para Varsóvia, capital da Polônia.
Varsóvia
O primeiro local que visitamos foi o curioso Pkin (Palace of Culture and Science), um edifício cuja arquitetura é tipicamente soviética stalinista (há 7 iguais a ele, em Moscou, além de haver outros espalhados pelos países da ex-União Soviética).
Ele foi um “presente” dado pela União Soviética em 1950 e mede 231 metros de altura, sendo o edifício mais alto da Polônia. Atualmente, ali funcionam um teatro, cinema, museu, local de exposições, entre outros.
Seguimos, então, para o coração de Varsóvia, o Old Town (Centro Histórico), que é parcialmente cercado por muralhas.
Ali visitamos o Castelo Real (Zamek Krolewski w Warszawie), bem como a Praça Principal (Rynek Starego Miasta).
O Castelo Real teve suas origens no Séc. XIV e servia como fortaleza para os Duques de Mazovia. Foi remodelado e no Séc. XVII, momento em que chegou no auge de seu esplendor, servindo até mesmo de residência aos czares russos. Quando a Polônia ganhou independência em 1918, ele se tornou a residência presidencial. Porém, ele foi destruído pelos Nazistas durante a 2ª Guerra mundial, tendo sido posteriormente reconstruído.
A graciosa Praça Principal, que também se situa no interior das muralhas, por sua vez, ostenta diversas mansões, variando entre os estilos renascentista, barroco, gótico e neoclássico.
Depois que deixamos o centro antigo, visitamos a Igreja Church of the Holy Cross, onde há uma urna com o coração do Frederic Chopin, o virtuoso compositor que é orgulho nacional da Polônia (há até mesmo uma estação de rádio chamada “Chopin” que só toca suas obras).
Nesta noite, dormimos no Sleep & Fly e jantamos num restaurante italiano muito ruim.
11º Dia – Polônia (Varsóvia)
Ainda em Varsóvia, visitamos o Museu do Chopin, situado em um lindo palácio barroco, o Ostrogski Palace.
No acervo deste museu, encontramos bens pessoais do compositor, até mesmo os pianos que lhe pertenceram, além de bustos dele. No andar inferior, há stands de música, onde o visitante pode ouvir todas as obras do artista e aprender um pouco mais sobre a diferença entre seus estudos, baladas, noturnos, prelúdios, mazurcas etc.
Retornamos ao centro antigo (Rynek Sarego Miasta), demos uma volta e tomamos um café, antes de partir rumo à Lituânia.
Por causa da longa distância, dormimos em uma cidade chamada Suwalki, no meio do caminho, e jantamos no hotel do restaurante, filé com vegetais, regados a um Syrah da África do Sul.
Breves relatos históricos sobre a Polônia
O Reino da Polônia foi fundado em 1025. Em 1569, passou a integrar uma associação política com o Grão-Ducado da Lituânia, que deixou de existir apenas nos anos 1772-1795, quando o território polaco foi dividido entre o Reino da Prússia, o Império Russo e a Áustria. A Polônia recuperou sua independência em 1918. Porém, em 1939, durante a Segunda Guerra Mundial, ela foi invadida pela Alemanha nazista e pela União Soviética e seus territórios foram partilhados entre estes países (como parte do Pacto Molotov-Ribbentrop). Em 1944, o país se tornou um dos integrantes da Cortina de Ferro, o conjunto de países aliados da União Soviética. Por fim, em 1989, o governo comunista polonês foi derrubado e a Polônia tornou-se totalmente independente. Atualmente, ela faz parte da União Europeia. Fonte: Wikipédia.
12º Dia – Lituânia (Trakai e Vilnius)
Como eu já mencionei acima, nosso objetivo deste roteiro pela Europa era chegar na fronteira da Rússia, para atravessá-la a pé. Para isso, precisamos cruzar os três PAÍSES BÁLTICOS, ou seja, Lituânia, Letônia e Estônia.
Os Países Bálticos fazem parte da União Europeia e utilizam o Euro como moeda.
Entramos, então, no primeiro deles, ou seja, a LITUÂNIA, não havendo qualquer controle de fronteira com a Polônia.
Trakai (Lituânia)
Nosso primeiro ponto de parada no pequeno país foi a charmosa vila de Trakai. Ali visitamos o romântico Castelo de Trakai, assentado sobre uma das 21 ilhas que flutuam sobre o Lago Galve.
O castelo, que parece brotar de um conto de fadas. Datado do ano 1400, ele foi construído por ordem do Grão-duque Vytautas.
Depois disso, seguimos para Vilnius, capital da Lituânia.
Vilnius
Logo nos dirigimos à Praça da Catedral, onde se situa a Catedral de Vilnius (ou Catedral de São Stanislau e São Ladislau), em estilo neoclássico. Ao lado, há um Campanário.
Contornando a praça, chega-se ao Palácio dos Grandes Duques da Lituânia. A atual versão deste palácio, em estilo barroco, data do Século XVII, mas desde o Século IV há fortificações no mesmo local, para abrigar os Duques da Lituânia.
Ao lado do Palácio, é possível avistar o Monte Gediminas, coroado por um antigo castelo, o Gediminas Castle. É o último de uma série de castelos e fortificações erigidas neste mesmo local, desde a época neolítica. O atual data do Séc. XV e foi construído pelo Grã-duque Vytautas.
Subi até o topo do morro, que proporciona uma vista panorâmica da cidade de Vilnius.
Fizemos uma pausa para um café com bolo, para esquentar, e continuamos perambulando pelo centro antigo.
Nossa próxima parada foi a Igreja de Santa Anne, do ano 1500, em estilo gótico flamboyant.
Napoleão Bonaparte, ao ver essa igreja, ficou tão encantado, que cogitou retirá-la de seu lugar e levá-la para Paris.
Caminhamos um pouco mais até chegar à importante Universidade de Vilnius, fundada em 1579, e, depois, até a Praça da Prefeitura e Palácio Presidencial, passando por algumas igrejas no caminho.
Por fim, visitamos o Portão Dawn, o único restante dos 5 portões de entrada das muralhas que antigamente cercavam a cidade. Atrás desse portão, encontra-se a Capela de Maria Mãe Misericordiosa, que ostenta a Madonna de Vilnius, um ícone de Nossa Senhora, emoldurado em prata, do Século XVII, que atrai peregrinos de vários lugares da Europa.
Dormimos em um hotel SPA, muito agradável, e jantamos no restaurante francês do próprio hotel.
13º Dia – Lituânia (Hill of Crosses), Letônia (Riga)
Ainda na Lituânia, visitamos a bucólica Hill of Crosses, uma colina com mais de 100.000 cruzes afixadas no solo.
A tradição da colocação das cruzes começou em 1831, mas teve seu auge nos anos 60, para desafiar os soviéticos, que coibiam as religiões. Durante a noite, cristãos sorrateiramente iam até aquele local e fincavam suas cruzes no solo, enfurecendo seus opressores.
Outros pontos turísticos importantes na Lituânia são Curonian Spit e Klaipedia, com uma geografia exótica, composta por istmos, praias e dunas, mas os quais não visitamos, pelo fato de ser inverno.
Breves relatos históricos sobre a Lituânia
O reino da Lituânia surgiu em 1253. No mesmo período, ou seja, Século XIII, foi alvo de reis mongóis da Horda de Ouro. Em 1569, uniu-se à Polônia para formar a Comunidade Polaco-Lituana, o que perdurou até 1795, quando a Lituânia foi anexada pelo Império Russo. A Lituânia restabeleceu a sua independência em 1918, porém, em 1940 (Segunda Guerra Mundial), foi anexada pela União Soviética (Pacto Molotov-Ribbentrop). Finalmente, tornou-se definitivamente independente em 1990, com a glasnost (foi a primeira república soviética a fazê-lo). Atualmente, o país faz parte da União Europeia. Fonte: Wikipédia.
Seguimos, então, para a LETÔNIA (LATVIA).
Letônia
A primeira cidade que visitamos na Letônia foi sua charmosa capital, Riga. Sendo uma cidade cosmopolita, o novo e o antigo formam um interessante contraste na região do centro histórico.
As principais atrações da cidade ficam no centro histórico, ou seja, em Old Riga (Vecriga).
Centro histórico de Riga
Lá, primeiramente, visitamos a Igreja de São Pedro (Sveta Petera), em estilo gótico, cuja torre alongada e fina corta dramaticamente o céu e se destaca no horizonte.
Subi, para apreciar a bela vista panorâmica. Essa igreja conta com aproximadamente 800 anos, sendo, nesse sentido, uma das mais antigas dos Países Bálticos.
Seguimos, então, para a House of the Black Heads, sede da antiga guilda (corporação) de mercadores. Neste imóvel, construído em 1344, encontramos em exposição diversos cômodos luxuosos, onde antigamente havia várias festas de arromba e bailes. Em umas destas festas, os celibatários (em outras palavras, os mais animados) apanharam um pinheiro e levaram para o interior do imóvel, após o que o enfeitaram com flores. E pronto: ali surgia uma tradição que perduraria até os dias de hoje, ou seja, a árvore de Natal!
Visitamos, ainda, a Catedral de Riga (fundada em 1211) e a Bolsa do Comércio, em frente a ela, onde atualmente funciona um museu (Art Museum Riga Bourse).
Caminhando um pouco mais pelo centro antigo, passamos pela Basílica de Maria Madalena.
No centro antigo, passamos, ainda pelo, Palácio de Riga (Riga Pils).
Fora do centro antigo
Por outro lado, fora do centro antigo, visitamos a rua Alberta Iela (Rua Alberto), uma ruela que reúne belíssimas mansões, em estilo neoclássico e art nouveau.
Visitamos, ainda, a Catedral Ortodoxa da Natividade, uma igreja ortodoxa, em estilo bizantino, com cúpulas douradas.
Por fim, seguimos para o Mercado de Peixes Riga Old Market, que funciona em hangares de zepelins, desativados após a 1ª Guerra Mundial, e que vende uma grande diversidade de peixes e frutos do mar.
Nós dormimos nas imediações de Riga, em um hotel na beira da região de lagos, chamado Hotel Baltvila, e jantamos no restaurante do próprio hotel.
Breves relatos históricos sobre a Letônia
No início da era cristã, a região era um entroncamento comercial da famosa “rota dos vikings à Grécia”. Conhecida igualmente como “Livônia”, a Letônia, a partir do século XIII, estava sob domínio dos Cavaleiros Teutônicos (de origem germânica). Ao longo dos séculos que se seguiram, a região foi dominada por diferentes países (Polônia-Lituânia, Suécia etc.). Porém, em 1710, o Império Russo tomou a região da Letônia, o que perdurou até 1918, quando o país ganhou independência pela primeira vez. No entanto, em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, a União Soviética novamente invadiu e anexou a Letônia (Pacto Ribbentrop-Molotov). Por fim, a independência veio em 1991, com a queda da União Soviética. Atualmente, o país faz parte da União Europeia. Fonte: Wikipédia.
14º Dia – Letônia (Cesis) e Estônia (Tartu)
Ainda na Letônia, fomos até a vila de Cesis, onde visitamos o massivo Castelo Medieval de Cesis.
As origens da vila e do castelo remontam ao ano de 1214. O castelo serviu como uma fortaleza aos Cavaleiros da Ordem Livoniana. Foi saqueado em 1577, por Ivan o Terrível da Rússia, causando um suicídio em massa de seus 300 defensores.
Contíguo ao castelo medieval, há, também, um palácio mais novo, datado do século XVIII.
Deixamos, então, a Letônia e seguimos para a ESTÔNIA.
Estônia
A primeira cidade que visitamos na Estônia foi Tartu, uma cidade universitária cuja arquitetura não foi destruída pelos soviéticos. Passamos pela Universidade da cidade, que foi a primeira universidade do país, e seguimos para a Praça Principal, onde se situa a Prefeitura (Town Hall). Na frente da Prefeitura, fica a romântica e inconfundível estátua de dois estudantes se beijando, cobertos com um guarda-chuva.
Por fim, rumamos para Narva, igualmente na Estônia, na região que faz fronteira com a Rússia.
Ao chegar lá, já nos demos conta de que seria um grande sofrimento atravessar a fronteira, pois, a fila era longa e andava muito devagar. E assim foi.
15º Dia – Cruzamento da fronteira com a Rússia
Neste dia, momento decisivo de nosso roteiro na Europa, passamos por uma das maiores provações de nossas vidas: ficamos por 12 (DOZE) horas, em pé, em uma fila, ao relento, sob neve e temperatura de -5º.
Por causa das sanções impostas pela União Europeia contra a Rússia (em razão da guerra com a Ucrânia), o controle alfandegário estava muito rigoroso. Não podiam entrar na Rússia somas em dinheiro, eletrônicos, joias, tampouco nenhum bem de valor. Assim, a bagagem de cada cidadão que cruzava a fronteira era minuciosamente revistada e os bens de valor eram apreendidos, mediante a lavratura do competente auto. Todo esse processo de fiscalização tomava muito tempo, razão pela qual a fila demorava tanto para andar. Os carros estavam impedidos de entrar, então todos tinham que atravessar a pé e aguardar pacientemente na fila.
Para nos aquecermos, havia apenas um café/lanchonete e uma boa alma que distribuiu chá, gratuitamente.
Após 12 longas horas, conseguimos finalmente deixar a Estônia (Narva) e atravessar a pé a ponte que liga os dois países, chegando na RÚSSIA (em Ivangrado). Durante o cruzamento, pudemos visualizar enormes fortificações que margeiam o rio, em ambos os lados.
Ao chegar na Rússia, nosso guia e amigo Sergei, com quem havíamos combinado de antemão, nos apanhou em seu veículo.
Seguimos, então, para a majestosa São Petersburgo. Logo ao entrar no perímetro urbano, já avistamos as largas avenidas, os a arquitetura agigantada de seus edifícios e o Portão de Moscou.
Fomos diretamente ao hotel Moskovski Varota (antigo Holiday Inn), pois já era tarde.
16º Dia – Rússia (São Petersburgo)
Superadas as dificuldades da travessia da fronteira, finalmente, estávamos na grandiosa São Petersburgo.
São Petersburgo
Esta grande cidade foi fundada pelo czar Pedro o Grande, em 1703. Este governante quis mudar a capital de Moscou para aquela região, por estar estrategicamente posicionada perto do mar (perto do Golfo da Finlândia).
Acordamos, mas o dia somente clareou às 10h00 da manhã. O ar gelado de São Petersburgo pesava em nosso peito, ao passo que os imponentes edifícios tiravam nosso fôlego.
Visitamos, novamente, o Portão de Moscou (Moskovski Varota), erigido no Séc. XIX para comemorar a vitória russa na guerra Russo-Turca.
Ali perto, apanhamos o metrô e descemos próximo à Av. Nevsky, uma larga avenida repleta de luxuosas mansões e edifícios históricos.
Catedrais
Em uma das travessas da avenida, às margens do Canal Griboiedov, encontramos a Catedral do Sangue Derramado, uma das igrejas mais belas do mundo. Seu exterior representa o mais tradicional estilo arquitetônico ortodoxo russo.
Já seu interior é meticulosamente forrado de mosaicos, que retratam cenas e personagens bíblicos, profetas e santos. Foi uma das igrejas mais bonitas que já vi em minha vida.
A igreja leva este nome (Catedral do Sangue Derramado) porque no ano de 1881, naquele mesmo ponto, o czar Alexandre II foi vítima de um atentado fatal com uma bomba, atirada no interior de sua carruagem, sendo que seu sangue derramou-se no local onde foi posteriormente erigida a basílica.
Seu sucessor, Alexandre III, foi quem ordenou a construção da igreja, a partir do ano de 1883.
Seguimos, então, para a Catedral de Kazan, situada na Av. Nevsky. De enormes proporções, ela lembra muito a Catedral de São Pedro, no Vaticano.
No interior da catedral, o que mais chama a atenção, é uma grande fila de pessoas que se alinham para poder beijar um ícone da Nossa Senhora de Kazan, a qual, segundo a crença, opera milagres. O ícone original data do Séc. XII, mas este que está na catedral é uma réplica feita no Séc. XVII.
Almoçamos em um restaurante de comida típica da Ásia Central e, em seguida, visitamos a Catedral St. Isaakiev (ou São Isaac).
Erigida em 1818, seu interior é ricamente decorado com mármore, afrescos, pinturas e alto relevos. Sua cúpula dourada também merece destaque.
São Petersburgo imperial
Logo depois, seguimos caminhando até a beira do extenso rio Nieva, que estava totalmente congelado.
Do outro lado do rio, repousa a Ilha Vasilievsky, onde se situam outros palácios da realeza e o farol Strelka.
Seguimos, então, para o coração de São Petersburgo, qual seja, a Palace Square (ou Sennaya Plochad), que representa todo o esplendor da cidade, de seus tempos de capital do império.
Ali se situam o Palácio de Inverno, o Hermitage, bem como outros edifícios que funcionavam como a sede do governo do czar.
No centro dessas edificações, há uma larga praça.
Naquela mesma noite, apanhamos um voo do aeroporto de São Petersburgo (aeroporto Pulkovo) para Moscou (aeroporto Sheremetievo). Chegando ao aeroporto, fomos de táxi até o hotel, que ficava em frente ao Kremlin e ao nos aproximarmos desta região, nossos sistemas de localização pararam de funcionar.
17º Dia – Rússia (Moscou)
Neste dia, exploramos Moscou. Primeiramente, apanhamos um ônibus tipo Hop On Hop Off, para ter uma visão geral da cidade. Passamos por colossais edifícios, alguns com a foice e o martelo estampados em sua fachada.
Estruturas que certamente chamam a atenção são as denominadas “As Sete Irmãs”, arranha-céus, em típica arquitetura soviética stalinista (estilo barroco e gótico russo), construídos entre 1947 e 1953.
Há sete deles em Moscou, sendo que avistamos a maioria: Hotel Ukraina, Kotelnicheskaya Embankment Apartments, Kudrinskaya Square, Hilton Moscow Leningradskaya Hotel, Ministério das Relações Exteriores, Universidade Estadual de Moscou e o Edifício Administrativo Red Gates.
Fomos margeando o rio Moscou e passamos, ainda, pelo Gorky Park, que estava coberto de neve. Chegamos até uma parte da cidade mais elevada, que proporcionava uma vista panorâmica. Na volta, o ônibus parou na famosa Rua Arbat, reduto da boemia no Séc. XVIII, hoje uma rua de pedestres que ostenta lojas e restaurantes.
Descemos do ônibus e caminhamos, então, até a Praça Vermelha, onde se situa o Kremlin.
Praça Vermelha
O primeiro edifício que avistamos na Praça Vermelha foi o State History Museum, um intrincado prédio, em tons avermelhados, que representa o estilo arquitetônico russo “revivalista”.
Caminhando um pouco mais, cruzamos um portal e chegamos ao coração da praça. Ali estava acontecendo a feira anual de Natal, com um rinque de patinação no gelo.
Na região central da praça, situa-se o Mausoléu do Lenin, um edifício austero e retilíneo, que difere das demais construções dos arredores. É possível visitar o interior do mausoléu e avistar o corpo embalsamado do antigo líder.
No final da praça, avistamos o cartão postal de Moscou, ou seja, a Catedral de São Basílio (e que muitos pensam que é o Kremlin), com suas diversas cúpulas coloridas e irregulares, no mais puro estilo ortodoxo russo.
Datada de 1555/1561, sua construção foi determinada pelo czar Ivan o Terrível, para celebrar a captura da cidade de Kazan.
Margeando toda a praça, vemos as muralhas terracota que cercam o Kremlin por completo.
Kremlin
Nós entramos no Kremlin pela Torre da Santa Trindade, mas é necessário adquirir um ingresso previamente, na bilheteria, que fica um pouco afastada.
O Kremlin é a atual sede do Governo Federal Russo, ao passo que já foi centro da Igreja Ortodoxa Russa.
No interior das muralhas, a primeira coisa que avistamos foi a Sala de Concertos (Concert Hall) e o Arsenal (Armour). Mais à frente, passamos pelo Canhão do Czar, um canhão ricamente decorado, que foi disparado apenas uma vez (e reza a lenda que ao invés de ser disparada uma bala, foi disparado um humano, colocado em seu interior). Esse humano teria sido um falso herdeiro de Ivan o Terrível.
Passamos, também, pelo Campanário do Ivan o Terrível, cujo sino original rompeu-se mesmo antes de ser pendurado e permanece exposto no solo.
Visitamos, então, as demais igrejas ortodoxas que repousam no interior das muralhas do Kremlin, ou seja, na Praça Sobornaya, sendo elas:
- Catedral da Assunção, que é a principal delas, datada de 1474/1479 e cujo interior é ricamente ornamentado com mosaicos, afrescos e iconografia;
- Catedral da Deposição, datada de 1484/1486;
- Catedral do Arcanjo, de 1508, onde ocorriam as coroações e casamentos dos governantes e onde estão enterrados diversos czares e czarinas;
- Catedral da Anunciação, de 1489, também decorada com ícones e afrescos.
Ainda no interior do complexo, passamos pelo Palácio do Kremlin, que sedia o governo da Rússia e vimos até mesmo o carro oficial do Presidente Vladimir Putin.
Outras atrações
Quando deixamos o complexo, passamos por uma praça com uma enorme estátua do Duque Vladimir, que trouxe a religião cristã ortodoxa à Rússia.
Seguimos, então, para a Igreja Christ the Saviour, uma enorme basílica, ornamentada com pisos e colunas de mármore rosa, painéis, mosaicos e pinturas, onde acendemos uma vela em agradecimento pela viagem.
A versão desta catedral que vemos atualmente data de 1994, sendo ela uma réplica da igreja original, que repousava no mesmo local, mas que foi destruída pelos Soviéticos. Eles a destruíram porque iam construir um enorme palácio soviético em seu lugar. Ele chamaria “Palácio dos Sovietes” e seria no típico estilo stalinista, como os edifícios “As Sete Irmãs”. Além disso, ele seria coroado por uma enorme estátua de Lenin e se destinava a ser o maior edifício da Europa. O projeto foi, porém, abandonado, por causa da invasão alemã em 1941.
Por fim, anoiteceu e visitamos o famoso Teatro Bolshoi.
Jantamos em um restaurante tipicamente russo, comida regional (pelmeni, pirozhki, vareniki, salada Olivier), ao som de cantigas tradicionais.
Breves relatos históricos sobre a Rússia
Aqui, não pretendo esgotar a vasta e riquíssima história da Rússia, mas apenas expor alguns fatos que vejo como relevantes para a visita ao país.
Primórdios
Os ancestrais dos russos eram povos de tribos eslavas, sendo que o território era ocupado por reinos menores.
No Séc. IX, os vikings tomaram a região e se referiam ao povo local como “rus”.
Ainda no Séc. IX, houve a unificação de parte desses reinos, sob o comando do governante Rurik, que deu nome à dinastia “Rurik”.
No Séc. X, o governante Vladimir trouxe para a Rússia a religião cristã ortodoxa, diretamente do Império Bizantino, a qual predominou no país ao longo dos séculos, influenciando inclusive o estilo arquitetônico das igrejas.
No Séc. XIII, os mongóis (Horda de Ouro de Batu Khan) invadiram boa parte do território da Rússia e subjugaram o povo da região por aproximadamente três séculos, forçando os governantes locais a pagarem tributos.
Os mongóis foram derrotados definitivamente por Ivan III (Ivan o Grande), somente no final do Séc. XIV.
Czarado e Império Russo
Em 1547, o neto de Ivan o Grande, o Grão-duque Ivan o Terrível, tornou-se o primeiro czar da Rússia. Em seguida, ele deu início a uma série de incursões e expandiu sobremaneira seu reinado, conquistando as cidades de Kazan, Astrakan, bem como a Sibéria, transformando um pequeno reino em um vastíssimo território (parecido com o que vemos atualmente).
Uma curiosidade interessante é que “Czar” deriva da palavra césar e isso não é uma coincidência. Os czares queriam fundar o terceiro Império Romano (sendo que o primeiro havia sido Roma em si e o segundo foi o Império Romano do Oriente – Império Bizantino).
Ivan o Terrível ganhou essa alcunha porque ele era realmente uma pessoa de temperamento dificílimo, além de ser cruel. Ele tinha rompantes de ódio e, em um deles, matou o próprio filho, ficando sem herdeiros. Foi, então, o fim da dinastia Rurik.
Após um breve período, em que o território foi governado por outras dinastias, por fim sobe ao poder a dinastia Romanov (que perdurou até o fim do czarado e a revolução russa).
Em 1721, sob o governo de Pedro o Grande (da dinastia Romanov), foi proclamado o Império Russo. Durante seu reinado, ele fundou uma nova capital para a Rússia, São Petersburgo.
Revolução russa e atualidade
Com a revolução russa de 1917, o Império Russo caiu, o último czar, Nicolau II, da dinastia dos Romanov, foi assassinado e foi implantado o governo bolchevique, sob o comando de Lênin.
Poucos anos depois, foi criada a União Soviética, reincorporando boa parte dos países que pertenciam ao Império Russo.
Na década de 80, o último líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev, implantou a glasnost (abertura) e a perestroika (reestruturação econômica). No início dos anos 90, foi dissolvida a União Soviética e criada a Federação Russa. O primeiro presidente da Rússia, Boris Yeltsin, comandou a transição do socialismo para o capitalismo.
18º Dia – Rússia (Golden Ring)
Em nosso terceiro dia na Rússia, fomos explorar pequenas vilas que ficam nos arredores de Moscou, no chamado “Golden Ring”. Foi uma experiência muito gratificante, pois apenas em pequenos povoados que se pode vivenciar aquela atmosfera bucólica típica do interior, ver casinhas da arquitetura tradicional russa, ouvir baterem os sinos da igreja da vila, entre outros.
Fomos com o carro de nosso guia.
Suzdal
Nossa primeira vila (e a mais charmosa delas) foi Suzdal. Ao chegar na vila, fomos almoçar comida russa típica, em um restaurante muito aconchegante, e foi ali que provei borscht e repeti meu favorito, pelmeni.
Em seguida, visitamos o Kremlin de Suzdal (sim, muitas cidades têm seu próprio Kremlin).
No Kremlin de Suzdal conhecemos o museu e a igreja principal, que ostentava celestiais cúpulas azuis.
Saindo do Kremlin, seguimos, a pé, para o Museu aberto da Arquitetura em Madeira. Ali podemos encontrar a réplica de diversos edifícios tradicionalmente russos, como casas, igrejas e moinhos, todos em madeira.
Visitamos, por fim, o Mosteiro de São Eutímio (Saint Euthymius) e chegamos bem na hora em que os sinos tocavam, preenchendo a atmosfera com alegres e longas badaladas rítmicas.
Envolvidos no som das badaladas, visitamos a igreja do mosteiro.
Por fim, seguimos para a vila onde passaríamos a noite, chamada Sergiev Posad. Era véspera de Natal.
19º Dia – Rússia (Golden Ring)
Sergiev Posad
Logo pela manhã, visitamos a principal atração de Sergiev Posad, que é o Mosteiro de São Sérgio, considerado um homem santo.
O complexo do mosteiro ostenta algo de divino, abrigando igrejas, um campanário e edifícios onde vivem estudantes.
Naquela tarde, apanhamos um voo de volta para São Petersburgo. Nosso guia não pôde nos acompanhar, então foi a partir daqui que nos aventuramos sozinhos pela Rússia (sendo que quase ninguém fala inglês).
Jantamos no bar do hotel Holiday Inn.
20º Dia – Rússia (São Petersburgo)
Dedicamos este dia inteiro para visitar o Museu do Hermitage.
É praticamente impossível conhecer o museu inteiro em um só dia, pois suas instalações são enormes e seu acervo é vastíssimo.
Porém, demos o nosso melhor e conseguimos, felizmente, conhecer cerca de 90% do museu.
Nossa visita se deu, mais ou menos, na seguinte sequência:
Hermitage
Primeiro piso
No primeiro piso, vimos artefatos de milhares de anos encontrados no Cáucaso, na Ásia Central e na Sibéria. Vimos, ainda, uma múmia, encontrada na região de Altai, datada do Século III antes de Cristo e muitíssimo preservada.
Vimos, ainda, armas e muitas espadas. Nesse mesmo andar fica o setor de Grécia Antiga, porém, esse não visitamos.
Segundo piso
Neste piso, que é o maior do museu, pudemos encontrar itens pessoais da nobreza russa, inclusive vestidos. Ali também está exposto um relógio da Fabergé, que pertencia à família real.
Seguindo, nos deparamos com um corredor, forrado de retratos de czares e czarinas.
No mesmo piso, há salões bem decorados, que lembram o Palácio de Versalhes. Há ainda um salão inteiramente dedicado a Pedro o Grande, com seus itens pessoais e retratos. Passamos, também, pela vasta biblioteca do Nicolau II.
Ainda no segundo piso, encontra-se o Setor de Arte Francesa, com obras de, por exemplo, Tournier.
Também lá, situa-se o setor de prataria e a impressionante Grande Igreja do Palácio de Inverno (sim, os czares construíram uma igreja dentro da própria residência real!).
Continuando, passamos pelo setor de Arte flamenca, com obras de Rubens (meu favorito), Bosch e Jordaens, pelo setor italiano, com obras dos Mestres Antigos, Da Vinci, Veronese, Tiziano, Fra Angélico, Caravaggio e Canaletto, e por um setor só de Rembrandt. Vimos também um pouco de Arte Medieval.
Terceiro piso
Por fim, no terceiro e menor piso vimos artefatos do Irã antigo, como pinturas, retratos, cerâmica e resquícios de construções.
No mesmo setor, havia artefatos vindos da Turquia, Síria, Mongólia, China, Índia, Butão, Tibet, Japão (em relação a este último havia armaduras de samurai e gravuras do artista Kunisada).
Deixamos o Hermitage e jantamos em um restaurante com comida típica da Geórgia.
Teatro Mariinski
Por fim, à noite, fomos assistir ao espetáculo de Natal “O Quebra Nozes”, no grande Teatro Mariinski, mesmo local de sua primeira estreia, quando acabara de ser composto por Tchaikovsky. Foi emocionante!
Observação: segundo dizem, o Teatro Mariinski tem a acústica melhor que a do Teatro Bolshoi, por isso elegemos ele.
21º Dia – Estônia (Tallinn)
Logo pela manhã, um taxista nos apanhou e nos levou para a cidade de Ivangrado, na fronteira com a Estônia. Estávamos dando início ao nosso retorno do roteiro na Europa.
Cruzamos, a pé, a fronteira, mas, dessa vez, nada de filas absurdas (levamos apenas meia hora). A caminhada até Narva, na Estônia, dessa vez, foi prazerosa e pudemos apreciar as fortificações que margeiam o rio, tanto do lado russo, quanto do lado estoniano.
Fomos diretamente ao estacionamento onde havíamos deixado o carro e apanhamos a estrada rumo à capital da ESTÔNIA, Tallinn.
Chegando em Tallinn, deixamos nossas coisas no hotel e fomos jantar no Porto Revitalizado, em um delicioso restaurante Argentino, que servia diversos cortes de filé.
22º Dia – Estônia (Tallinn)
Neste dia, exploramos a charmosa Tallinn, sobretudo, seu centro antigo (Old Town – Vanalinn), que é todo cercado por muralhas e dividido em parte alta (Toompea) e baixa (Lower Town).
No interior destas muralhas, que são umas das mais extensas da Europa, ruelas se entrecortam e sediam diversos edifícios medievais, museus, restaurantes, cafés e lojinhas.
Parte Alta (Toompea)
Primeiramente, caminhamos morro acima, até a parte alta, chegando na Catedral Ortodoxa Alexander Nevsky. Datada do Século XIX, sua construção decorreu da onda de “russificação” dos Países Bálticos.
Em seguida, percorremos as muralhas e fortificações, passando por diversas torres (Varavatorn, Tallitorn, Neitsitorn e Kiek in de Kok, construídas entre os anos de 1373 e 1483).
Ao final, chegamos até o Palácio de Toompea e a Torre de Hermann o Alto.
Passamos, ainda, pela Catedral Luterana de Santa Maria e pela Praça da Prefeitura (Town Hall Square – Raekoja Plats).
A Praça da Prefeitura (Town Hall Square – Raekoja Plats) é o coração da cidade, desde a época em que os primeiros mercadores ali se estabeleceram, no Século XI. Atualmente, a praça ostenta diversas mansões elegantes em tons pastéis, bem como a Prefeitura (Town Hall), um edifício em estilo gótico, datado do Séc. XV.
Também ali, situa-se a mais antiga farmácia em funcionamento contínuo na Europa (desde ao menos 1422), a Town Council Pharmacy, onde acabei comprando um antigripal.
Parte Baixa (Lower Town)
Seguimos, então, para a parte baixa do centro antigo e margeamos as muralhas desta área (Lower Town Wall), passando pela fotogênica torre Nunnatorn (Torre da Freira).
Passamos, ainda, pela Igreja do Espírito Santo e por um curioso museu, que costumava ser uma célula da KGB.
Eu queria ter subido a torre da Igreja de São Olavo, que, segundo dizem, oferece uma linda vista panorâmica da cidade, mas ela estava fechada.
Uma coisa que nos chamou a atenção foi a quantidade de protestos pró-Ucrânia, em frente à embaixada da Rússia. Havia mesmo fraldas, manchadas de sangue, expostas nas grades.
Já no final de nosso passeio, passamos pela torre Fat Margareth, ainda nas muralhas que cercam o centro histórico.
Deixamos, então, Tallinn e a Estônia, retornando para a LETÔNIA. Dormimos novamente nos arredores de Riga, no mesmo hotel da vinda, chamado Baltvila, e jantamos no mesmo restaurante.
Breves relatos históricos sobre a Estônia:
Durante séculos os estonianos tiveram a sua terra ocupada por outros povos, vindos da Rússia, Dinamarca, Suécia, Finlândia e Alemanha, o que influenciou muito a cultura local. Por volta do ano 1700, a Rússia invadiu a Estônia e a anexou a seu império. A situação assim permaneceu até a revolução russa, em 1917. A noção de país veio muito mais tarde, apenas na metade do século XIX, com um forte crescimento cultural somado ao crescimento da população urbana, o que favoreceu a união de povos de mesma origem, resultando num Estado autônomo, estabelecido com a promulgação da constituição de 1917. Em 1940, a União Soviética incorporou o país, o qual se tornou independente apenas em 1992. Atualmente, faz parte da União Europeia. Fonte: Wikipédia.
23º Dia – Letônia (Palácio Rundale) e Lituânia (Kaunas)
Antes de deixar a Letônia, visitamos o elegante Palácio Rundale, projetado pelo mesmo arquiteto que construiu o Palácio de Inverno de São Petersburgo, ou seja, Bartholomeo Rastrelli.
O Palácio tem ares aristocráticos que remetem ao Palácio de Versalhes e conta com muitos cômodos, luxuosamente decorados. Ele data do Séc. XVIII, para servir de residência ao Duque da Curlândia, que chegou a ser o Regente da Rússia por um breve período.
Paramos, ainda, no Castelo de Bauska, no caminho.
Outras atrações populares na Letônia são Jurmala, Kuldiga, Ventspils e Sigulda.
Retornamos, então à LITUÂNIA.
Na Lituânia, paramos, desta vez, na cidade Kaunas, que chegou a ser a capital do país, por um breve período.
Chegando na cidade, avistamos seu Forte, datado do Séc. XIV.
Seguimos, então, para a praça principal e ali visitamos a Igreja São Jorge, o edifício da Prefeitura e a Igreja e Mosteiro de São Francisco Xavier (de cor rosada).
A Prefeitura data do Séc. XVI e já funcionou com teatro, prisão e palácio.
Caminhando até a beira do rio, nos deparamos com a Casa de Perkunas (deus do trovão), uma elegante mansão construída pela associação dos mercadores.
Por fim, visitamos o Museu Literário Maironis. Ali, aprendemos sobre a proibição de publicação de livros com caracteres latinos (só podia em cirílico), imposta pela Rússia e que perdurou por 40 anos, dando margem ao contrabando de livros.
Por fim, deixamos a Lituânia e retornamos à POLÔNIA, dormindo no mesmo hotel da vinda, na cidade de Suwalki.
24º Dia – Polônia (Castelo de Malbork, Gdansk)
Continuando nossa jornada da volta, cruzamos a Polônia, rumo ao norte. Passamos por regiões muito bonitas, com muitos lagos.
Paramos, então, no massivo Castelo de Malbork, um castelo medieval que sediava a Ordem Teutônica, uma ordem militar e religiosa de cavaleiros e nobres germânicos que atuou na Europa durante as Cruzadas.
Chegamos no final da tarde em Gdansk, uma cidade litorânea, situada na região da Pomerânia, às margens do Mar Báltico.
Gdansk
Gdansk é uma cidade adorável, toda entrecortada por canais.
Ali, avistamos pontes, elegantes edifícios e igrejas. Além disso, caminhamos por ruelas e boulevards.
Passamos, também, pelo edifício da Prefeitura e pela vizinha Fonte de Netuno.
Chama a atenção a massiva Basílica de Santa Maria, cujas torres se projetam para o céu, dominando o horizonte da cidade. Ela é uma das maiores igrejas da Europa e sua construção se deu entre 1343 e 1502.
Gdansk foi o palco do movimento sindicalista Solidariedade, encabeçado por Lech Walesa, que, basicamente, lutava pela concessão de direitos sociais aos trabalhadores, porém, sem o emprego de violência, fazendo um contraponto ao comunismo soviético. Desempenhou, portanto, um papel fundamental da derrubada do regime comunista na Polônia, nos anos 80.
Jantamos em um restaurante temático excelente, chamado Gdanska.
25º Dia – Polônia e Alemanha (Eberswalde)
Saímos de Gdansk rumo a Estetino, ainda na Polônia, para visitar a Crooked Forest, a qual, porém, não é de grande interesse.
Deixamos, então, a Polônia e cruzamos novamente a fronteira para a ALEMANHA.
Visitamos, então, Eberswalde, cidade natal dos antepassados de meu marido (ele sempre quis conhecer a terra de seus avós). Passeamos pela praça principal, que tem uma igreja.
Dirigimos por mais uma hora e chegamos, então, em Berlim.
Era noite de réveillon e jantamos em um restaurante italiano muito aconchegante. Muitos fogos estouraram ao longo da noite, principalmente na virada e sobretudo perto do Portão de Brandemburgo.
26º Dia – Alemanha (Berlim)
Dedicamos este dia de nosso roteiro na Europa inteiramente a Berlim. De todas as metrópoles europeias, talvez seja Berlim a que ostente o maior contraste entre o antigo e o moderno, entre história e tecnologia. Com um passado penoso, seu futuro é mais do que promissor.
Nosso primeiro ponto de parada foi o icônico Muro de Berlim. Como sabemos, ele circundava toda Berlim Ocidental, separando-a de Berlim Oriental.
Assim, a cidade de Berlim era dividida ao meio, situando-se, de um lado, a República Federal da Alemanha (RFA), que era capitalista e alinhada com os Estados Unidos, e de outro lado a República Democrática Alemã (RDA), socialista e alinhada com a União Soviética.
O muro era o maior expoente da Guerra Fria e sua queda, em 1989, simbolizou o encerramento dessa época obscura.
O muro é bastante extenso e tornou-se uma galeria a céu aberto, sendo que sua parte mais interessante é a East Side Gallery.
Seguimos, então, para a Alexander Platz, onde fica a famosa Torre de TV, um dos cartões postais da cidade.
Também nas imediações desta praça, se situa a Catedral de Berlim.
Ainda naquela região, passamos pela Estátua de Marx e Engels e caminhamos até a Igreja St. Nicolas, com duas torres verdes.
Seguimos para o Portão de Brandemburgo, mas como era o dia 1º de janeiro, nos deparamos com uma multidão, participando da tradicional corrida de rua de ano novo. A saída, bem como a chegada, eram no Portão.
Visitamos, igualmente, o Parlamento Alemão.
Em seguida, rumamos para o Monumento do Holocausto, que fica ao ar livre.
Ilha dos Museus
Por fim, seguimos para a Ilha dos Museus, onde se situam o Fórum Humboldt, o Neues Museum, a Alte Nationalgalerie, entre outros museus importantes.
No Fórum Humboldt, igualmente conhecido como Palácio de Berlim, funciona um grande museu.
Já na Alte Nationalgalerie estava ocorrendo uma exposição temporária de arte moderna.
Nós entramos no Neues Museum, que expõe principalmente artefatos do Egito antigo. Foi lá que vimos o famoso busto de Nefertiti.
Além destes lugares, passamos (de carro) pela Coluna da Vitória (Siegessaule) um dos monumentos mais importantes da Alemanha e, portanto, um dos pontos turísticos mais procurados de Berlim.
Por fim, deixamos Berlim e rumamos para a cidade de Wolkensburg, ainda na Alemanha, onde passamos a noite.
Jantamos em um delicioso buffet de comida indiana.
27º Dia – Alemanha (Wolkensburg, Castelo de Marienburg)
Na vila de Wolkensburg, se originou a montadora Volkswagen.
Então, a pedido do marido, fomos visitar o Autostat, que é uma espécie de museu, com uma grande área de lazer, da Volkswagen.
Ali vimos veículos antigos e novos lançamentos, das marcas que compõem o grupo econômico da montadora.
Deixamos a cidade e rumamos para o encantador Castelo de Marienburg, perto de Hanover, ainda na Alemanha. Ele parece um castelo que brotou de um livro de conto de fadas!
O castelo foi construído entre 1858 e 1867, como um presente de aniversário de Jorge V de Hanover para sua esposa Maria de Saxe-Altemburgo e funcionava como uma residência de veraneio.
Dormimos nos arredores da cidade de Dortmund e jantamos em um buffet chinês.
28º Dia – França (Lille)
Em nosso último dia do roteiro na Europra, deixamos a Alemanha e retornamos, então, para a França. Paramos em Lille, para poder trocar os pneus de inverno e recolocar os originais. A loja, Norauto, acabou perdendo nossos pneus, mas já que estávamos por lá, aproveitamos para conhecer a cidade.
Começamos a visita pela Grande Place, onde se situa o edifício da antiga Bolsa de Valores.
Caminhando um pouco mais, visitamos a Ópera e o Campanário da cidade.
Por fim, caminhamos até a Catedral de Notre Dame de Lille, mas cuja fachada é bastante feia.
Por fim, no dia seguinte, rumamos ao aeroporto Charles de Gaule, nos arredores de Paris, devolvemos o carro e apanhamos nosso voo de volta para o Brasil, terminando, portanto, este nosso roteiro pela Europa.
Não deixe de conferir, ainda, nossos posts sobre a Turquia, Espanha, Portugal e França.