Confira esse pequeno roteiro na Grécia, que fizemos em meio a um giro pela Europa.
Roteiro na Grécia
Nós havíamos acabado de passar pela Macedônia, um pequeno país vizinho, antes de chegar à Grécia.
Então, no dia 16/05/2012, cruzamos a fronteira e chegamos ao porto de Volos, para realizar um sonho antigo meu: ir à Ilha de Skopelos.
Esta ilha ficou famosa depois que ali foi filmado o musical Mamma Mia, do ABBA, que eu simplesmente adoro!
A partir de Volos, apanhamos uma balsa, deixando o carro no continente e, após 3 horas de viagem, finalmente chegamos a Skopelos.
Ilha de Skopelos
O dono do hotel (Mando Guest House), Jasão, logo nos buscou no porto e nos ajudou a alugar uma lambreta. Em seguida, fomos ao adorável hotel deixar nossa bagagem e ele nos serviu um café grego, com doces em compota, preparados por sua mãe.
Por fim, chegou a tão esperada hora de explorar a ilha grega! Apanhamos a lambreta e fomos a algumas lindas praias, com água azul turquesa, tal qual a praia de Agnontas, bem como o cabo Amarantas.
A vila
Depois, fomos à cidade velha de Skopelos, que é uma linda vila, com casinhas brancas. Elas haviam sido recém-pintadas, pois, segundo a tradição, elas são repintadas a cada mês de maio.
Fomos, então, até o extremo da vila, onde há um mosteiro sobre um penhasco, chamado Panagitsa Tou Pirgou.
Subimos a pé o morro da vila, perambulando pelas ruelas, que eram permeadas por pequenas casas e igrejas.
Existem na vila mais de 300 igrejas ortodoxas, sendo uma delas a bela Agios Nikolaos.
Por fim, descemos o morro, pegamos a lambreta e fomos jantar no outro extremo da vila, no restaurante “Moisés”, que é bem tradicional.
Jantamos muito bem, moussaka, salada grega, bem como dolmadas, regados ao vinho da casa. Além disso, ganhamos flores, por ser nosso aniversário de namoro.
As praias paradisíacas da Ilha
Com nossa motoca, percorremos diversas praias, passando, primeiramente, pela praia de Panormos e, em seguida, Kastani. Quem é, assim como eu, fã de ABBA e do musical Mamma Mia vai achar essa praia familiar, pois nela foram gravadas diversas cenas do filme. Por exemplo, no rochedo, ao lado esquerdo, foi a cena em que Amanda canta “Lay all your Love on me” para seu noivo Sky. Além disso, no meio da praia, havia um píer de madeira, de onde todos pulam no filme. De maneira idêntica, o rochedo da praia foi palco de várias outras cenas.
Passamos, então, o dia na praia, deitados em uma espreguiçadeira de um barzinho, curtindo o sol.
A renovação dos votos de casamento
Frequentemente, em meus sonhos, eu visitava a pitoresca igreja Agios Ioannis Sto. Kastri. Esta bela construção coroa o topo de um penhasco e é isolada por todos os lados pelo mar verde-esmeralda, sendo ligada à ilha apenas por um istmo.
Quem viu o musical também vai reconhecer esta igreja, pois foi nela que se deu o casamento, na trama. Já da estrada logo avistamos a linda imagem (e até chorei de emoção). Subimos a escadaria que leva ao topo do penhasco e, em seguida, entramos na pequenina igreja. Ali renovamos nossos votos de casamento (neste dia, fazíamos 4 anos de casados!).
Deixando a ilha
Nesta manhã, o tempo estava assustador, com ventos fortes, chuva, e temperatura baixíssima. Dessa forma, tomamos café da manhã e ficamos somente na praia particular da pousada, que é uma extensão da praia de Stafilos, uma das mais bonitas da ilha. A água era bem azul e havia algumas espreguiçadeiras. Mas ficamos apenas cinco minutos, por causa do frio.
O dono da pousada nos levou ao porto, para apanharmos o ferry para Volos, no continente, porém, por causa do vento, o local de embarque foi alterado para Agnontas. Como ainda havia tempo, fomos caminhando, pela estrada, até a praia de areia de Limnonari, para conhecê-la. Enfim, voltamos ao portinho e pegamos o ferry. A viagem durou 5 hora, após o que chegamos a Volos, no continente grego, e dirigimos até anoitecer. Nesse meio tempo, passamos pelo Monte Olimpo, famoso pelas histórias da mitologia grega e paramos para dormir em uma cidade chamada Katerini.
Vergina
Logo pela manhã, pegamos a estrada rumo à Turquia.
Fizemos, porém, uma parada na cidade de Vergina, ainda na Grécia, onde está a Tumba de Filipe II, pai de Alexandre o Grande, bem como seu neto, ou seja, o filho de Alexandre o Grande. Havia no local também um museu com as peças que ornamentavam as tumbas, como por exemplo armas, roupas, objetos pessoais do rei e da rainha etc.
As tumbas foram descobertas como resultado de uma escavação, nos anos 70. Nessa região estava localizada a capital do império Macedônico, que abrangia anteriormente a província grega da Macedônia, a atual república da Macedônia, bem como uma parte do território Búlgaro.
Em seguida, continuamos a viagem rumo à Turquia, para depois retornar à Grécia.
Meteora
Depois que passamos 5 dias na Turquia, demos continuidade ao nosso roteiro na Grécia.
Fomos direto para Kalambaka, cidade estratégica para visitar os colossais rochedos e mosteiros de Meteora. No final da tarde, demos uma volta na rua do hotel, que era repleta de bares, restaurantes, bem como de lojinhas. A vista dos grandes pináculos, por trás da cidade, ao anoitecer, era definitivamente espetacular.
25/05/12
Pela manhã, fomos, então, visitar os Mosteiros de Meteora, um dos pontos mais interessantes de um roteiro na Grécia. Pudemos avistá-los desde logo, no topo das imponentes rochas. No local, já houve 24 mosteiros, mas atualmente apenas 6 perduram. Eles datam do séc. XIV e XV e foram construídos por monges que, por outro lado, fugiam da guerra entre os impérios bizantino e sérvio.
Primeiramente, passamos pelo mosteiro de Varlaam, que estava fechado, e depois fomos ao mosteiro Mégalo Meteoro, ou Gran Meteoro, que é o maior e mais rico monastério da região. Ele data do ano 1380.
Avistamos a torre de Vrizones, a qual servia para fazer funcionar o medieval elevador, com cordas e polias, para carregar pessoas e mantimentos. Visitamos, igualmente, a sala de armas. Por último, visitamos o ponto alto do mosteiro, ou seja, a Igreja, em planta de cruz grega, finalizada em 1545, pelo monge Simon. O interior é repleto de afrescos preservadíssimos, que retratam cenas de batalhas, crucificação de santos e cristãos, bem como cenas mórbidas.
Saindo de Meteora, pegamos a estrada rumo a Atenas. Porém, fizemos uma parada estratégica no caminho, para almoçar em uma vila litorânea, perto de Agios Constantinos. Tivemos, assim, uma bela refeição praiana, com peixe e polvo, além de experimentamos o ouzo, bebida local, à base de anis.
Atenas
Chegamos a Atenas, fomos ao hotel, que havíamos reservado de antemão pelo booking.com , deixar as coisas. O hotel era no bairro Plaka e afirmava ter o maior pé de bouganville do mundo! Fomos, então, caminhar nas ruelas ao redor da Acrópoles, que são repletas de lojinhas, bares, cafés e restaurantes. Subimos em uma rocha, que tinha vista para quase toda a cidade, inclusive para a Agora e para a Acrópoles.
A Agora era antigamente a praça de Atenas e centro da vida pública e administrativa, bem como o local onde as assembleias se realizavam. O apóstolo Paulo, por sua vez, pregava o Evangelho deste ponto.
Jantamos no terraço de um restaurante, com música grega ao vivo e também com uma bela vista da Acrópoles, iluminada.
A Acrópoles de Atenas
O ponto mais interessante de um roteiro na Grécia é definitivamente a famosa Acrópoles de Atenas, patrimônio cultural mundial.
As primeiras construções datam de XIV a.C., ao passo que no ano de 480 d.C., os persas destruíram completamente a cidade. Posteriormente, os atenienses a reconstruíram, sob o governo de Péricles e com a ajuda de renomados arquitetos, como Fídias.
Visitamos, então, as seguintes ruínas:
– Teatro de Dionísio, que data do ano 420 a.C e foi erigido para homenagear o deus Dionísio, igualmente conhecido como Baco, o deus do vinho. Assim, no local, eram realizadas festas, competições de esporte, recitações, encenações, danças etc. É o teatro mais antigo da Grécia e estas foram, portanto, as primeiras manifestações do teatro ateniense, bem como as primeiras recitações de filósofos, tais como Sófocles, entre outros. O estágio, na parte frontal, é decorado em alto relevo com máscaras teatrais.
– restos do pórtico de Esculápio, ou seja, o protetor da medicina;
– Teatro Odeon, que foi construído por Herodes Ático, filósofo e governante do ano 161 d.C. O belíssimo anfiteatro, que chegou a comportar 5.000 pessoas, foi restaurado e continua sendo atualmente utilizado para apresentações.
– Templo de Atena Nike, que é o templo avistado em primeiro lugar, já da entrada. É pequeno, porém bonito, datando do séc. V a.C. Atena Nike significa “vitória sobre a cidade”.
– Propileos: séc. V a.C. Servia de entrada para o complexo. Já foi utilizado para as mais diversas finalidades, desde residência dos patriarcas e duques de Atenas, até mesmo como depósito de pólvora para os turcos (até explodir em razão de um raio!). Além disso, ali havia uma pinacoteca, onde eram expostas pinturas.
– Templo de Artemis/Diana: dele restam apenas algumas pedras.
Erecteion:
– Erecteion: na minha opinião, é o templo mais bonito do complexo. Ele é formado por colunas em formato de mulheres, ou seja, as Cariátides, que eram donzelas que levavam oferendas aos deuses. Ele data do ano 406 e, a princípio, era um templo pagão, tendo sido posteriormente convertido em igreja, no séc. VII, e em harém, no séc. XV. Ao lado do templo, há uma oliveira, dada de presente ao povo de Atenas pela deusa Atena, da qual, segundo a mitologia, verteu água salgada, por obra de Poseidon (Poseidon e Atena disputavam o domínio da Acrópoles). As Cariátides que estão no templo são na verdade réplicas das originas, as quais, por outro lado, se encontram parte no Museu da Acrópoles e parte no museu Britânico.
Parthenon:
– Parthenon: ele é a mais grandiosa estrutura da Acrópoles. Ela data de 432 a.C., sendo que o renomado Fídias ajudou em sua construção. O Partenon havia sido construído sobre as ruínas de outros templos, destruídos pelos persas ou ainda por desastres naturais. Os cristãos o utilizaram como igreja e os turcos, por outro lado, como mesquita, além de depósito de pólvora. Os belos frisos da parte externa, produzidos por Fídias, retratam cenas da mitologia, como por exemplo as batalhas da deusa Atena. Alguns dos frisos foram extraídos e estão no museu britânico, no Louvre e igualmente no museu da Acrópolis de Atenas.
Fora da Acrópoles
– Museu da Acrópoles: é um prédio novo, construído para abrigar a coleção das peças encontradas durante as escavações.
– Templo de Zeus ou Olympieion: é o maior templo coríntio da antiguidade, tendo sido erigido em honra a Zeus Olímpico.
Brevíssimo resumo histórico da Grécia
Período pré-clássico da Grécia
– Período cretense-micênico: a partir do ano 3000 a.C. passou a desenvolver-se uma civilização chamada “Minóica”, governada pelo rei Minos (período em que foi construído o palácio de Knossos). Após algumas invasões por outros povos, a civilizaçao passou a chamar-se “Micênica”, cuja capital é Micenas. Esta civilização era monárquica e consta dos poemas de Homero.
– Período obscuro: entre 2000 e 1000 a.C. a história da Grécia não é muito conhecida. Nesse período, a monarquia caiu e iniciou-se uma aristocracia. Tiveram lugar os primeiros jogos olímpicos, em Olímpia. Começam a surgir tribos e cidades estados. Atenas e Esparta começam a crescer e florescer.
Período clássico e helenístico
– Período clássico: o rei Xerxes invadiu a Grécia, com um exército de 300 mil homens. Esse exército foi detido por algum tempo em Termópilas, ao norte da Grécia, pela resistência de 300 soldados de Esparta (esse evento foi tema do filme “Os 300 de Esparta”). Mas o exército persa não foi detido por muito tempo: eles venceram os espartanos e chegaram a Atenas, arrasando-a. Atenas e Esparta, juntas, ao fim, conseguiram expulsar os persas. Logo depois, voltaram à guerra, que ficou conhecida como Guerra do Peloponeso (séc. V a.C). Essa guerra durou cerca de 30 anos. Debilitada, a Grécia foi alvo perfeito para a invasão macedônica, sob o reinado de Felipe II (pai de Alexandre o Grande).
– Período helenístico e romano: Durante o reinado de Alexandre o Grande (330 a.C.), nenhuma cidade grega tentou rebelar-se contra o domínio macedônico, exceto Esparta. Alexandre conquistou a Pérsia e um reino que ia desde o mar Jônio até o vale do rio Indo. Após a morte de Alexandre, a Grécia continuou por mais 50 anos sob o domínio dos reis macedônicos. Em 197 a.C. o general cônsul T. Quinto Flaminio proclamou a independência dos estados gregos, com o apoio de Roma. Logo a Grécia e a Macedônia se transformaram em províncias romanas (27 a.C.).
Império Bizantino e dominação turca
– Império bizantino: Com a fundação de Constantinopla em 330, a Grécia passou a fazer parte do império romano do oriente. Em 393 d.C. foram celebrados os últimos jogos olímpicos. Em 529, por ordem do imperador Justiniano, foram fechadas todas as escolas de filosofia de Atenas.
– Dominação turca: O território da Grécia foi alvo de constantes invasões por povos germânicos, eslavos, búlgaros, venezianos e, finalmente, turcos. Em 1460, logo após o sultão otomano Mohamed II ter tomado Constantinopla, ele anexou a Grécia ao império turco.
Independência da Grécia
– Independência: Nos séculos XVIII e XIX o império otomano enfraqueceu e caiu. A independência da Grécia foi proclamada em 1829 e foi influenciada pelos ideais da revolução francesa e com apoio de outras nações europeias. (fonte: Anaya Touring)
Fim do roteiro na Grécia
Acordamos e desde já apanhamos a estrada rumo a Patras, de onde sai o ferry boat para a Itália. No caminho, porém, paramos em uma praia e almoçamos no restaurante em frente, polvo grelhado e salada grega. Chegando a Patras, apanhamos o ferry e dormimos a bordo, pois o trajeto é longo.
E assim terminou nosso roteiro na Grécia!
A partir daqui, seguimos para a Costa amalfitana, na Itália, onde minha irmã celebrou sua festa de casamento.
Leia, igualmente, sobre o Chipre, esta bela ilha no mar mediterrâneo, que é em parte grega e em parte turca, acessando o post do blog Fora da Zona de Conforto: Viagem de carro pelo Chipre