Jerusalém

O que fazer em Jerusalém

Confira, neste post, dicas sobre o que fazer em Jerusalém, bem como um apanhado geral sobre esse caldeirão de religiões que é a Terra Santa.

Israel é um dos lugares mais sagrados do mundo, pois é o berço de três das principais religiões existentes: cristianismo, judaísmo e islamismo.

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Ali estão as reminiscências do templo mais sagrado aos judeus, bem como uma das mesquitas mais importantes aos islâmicos e, igualmente, o Santo Sepulcro, o santuário mais significativo para nós, cristãos.

Claro que, devido a essa particularidade, esse solo sagrado não é isento de conflitos, já que todos clamam pela supremacia de sua religião sobre as demais.

Além disso, naquele país, vivem tanto israelitas, quanto palestinos, em uma eterna disputa por territórios.

Porém, conflitos à parte, Israel é uma região com uma grande bagagem histórica para a humanidade e oferece um belíssimo roteiro àquele viajante que busca enriquecer sua cultura.

Como chegar:

Geralmente, se chega a Israel pelo aeroporto Ben Gurion. De lá, são aproximadamente 25 minutos de carro até Telavive e 50 minutos até Jerusalém, sendo possível fazer os trajetos em ônibus ou, ainda, em trem.

Jerusalém Antiga

A milenar cidade de Jerusalém é um dos principais destinos em Israel, tanto para o turismo religioso, quanto para turismo relacionado à origem histórica do mundo, em sua essência.

A fascinante Jerusalém Velha é o centro histórico da cidade. Ela é inteiramente cercada por muralhas e, para adentrá-las, há diversos portões, como o Jaffa Gate, o Damascus Gate, o Zion Gate, e o Golden Gate.

É nessa parte da cidade que fica grande parte das atrações mais importantes de Israel.

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Jerusalém Antiga é toda entrecortada por ruelas estreitas, permeadas por edifícios milenares. Ali é, na verdade, um grande mercado árabe, pois os árabes habitam, até os dias de hoje, a maior parte dessa região. E, como todo mercado árabe, é um festival de cores, sons e aromas!

mercado árabe

Não é incomum ver por ali, mesmo na atualidade, pagadores de promessas, carregando uma grande cruz e reconstituindo a Via Crucis de Jesus Cristo.

pagador de promessas

Locais sagrados aos Cristãos

Via Dolorosa

A Via Dolorosa, ou Via Crucis, contém diversas estações que marcam os locais onde Jesus Cristo passou seus últimos momentos, antes de seu suplício.

Jerusalém

A 1ª estação da Via Sacra marca o antigo Praetorium Romano (cadeira dos procuradores romanos), local onde Pôncio Pilatos deu início ao julgamento de Jesus Cristo. No lugar há, atualmente, uma escola.

Logo em frente, fica a 2ª estação da Via Sacra, que é o local da flagelação de Jesus Cristo e onde ele apanhou a cruz e a colocou sobre os ombros. Atualmente, o ponto é marcado por uma capela (Capela da Flagelação e da Condenação).

O percurso vai apontando, ainda, desde a 3ª até a 9ª estação da Via Dolorosa, locais em que Jesus caiu, encontrou sua mãe, foi auxiliado por outras pessoas e, por fim, chegou ao ponto de sua crucificação.

Mencionaremos, a seguir, as demais estações da Via Sacra (e que são as mais importantes), juntamente com a descrição do local.

Convento Ecce Homo das Irmãs de Sion

Esse convento fica atrás da Capela da Condenação e Flagelação (que é 2ª estação da Via Crucis), marcando o local onde Pôncio Pilatos apresentou Jesus, já com a coroa de espinhos, aos populares, com a frase Ecce Homo (eis o homem!), após o que, clamaram por sua crucificação. A frase foi dita sob um arco, que atualmente é denominado Arco do Ecce Homo.

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No subterrâneo do convento, há uma cisterna, a Strution Pool, bem como resquícios originais do pavimento romano daquela época, o Litostrotos.

Igreja do Santo Sepulcro

Sagrado para os cristãos, esse é local onde Jesus Cristo foi crucificado, sepultado e, no terceiro dia, ressuscitou. Atualmente, no local há uma grande basílica – a Igreja do Santo Sepulcro, cujas primeiras estruturas datam do Século IV, época do imperador romano Constantino.

Por outro lado, a estrutura que vemos agora data da época dos Cruzados, ou seja, Século XII.

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Santo Sepulcro

Em 1808, um incêndio destruiu boa parte do edifício, o qual, porém, foi posteriormente reconstruído.

Já em 2016, a Igreja do Santo Sepulcro passou por uma grande reforma.

Calvário

Ao entrarmos na basílica, uma pequena escada leva ao seu ponto mais importante, ou seja, o Calvário, local da crucificação de Jesus, juntamente com dois ladrões. No Calvário, há por duas capelas, sendo elas:

1- Capela Latina da Pregação à Cruz (10 e 11ª estações da Via Sacra), que marca o local onde despiram Jesus e o pregaram à cruz.

2- Capela Grega da Exaltação ou Levantamento da Cruz (12ª estação da Via Sacra), que marca o local onde os soldados romanos ergueram a cruz e que Jesus Cristo faleceu. A pedra original onde a cruz ficou em pé continua ali e é possível tocá-la, através de uma abertura no vidro de proteção.

Calvário de Jesus
Por Glogger – Obra do próprio, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=32840692

Entre as duas capelas está o local onde Jesus, já morto, foi retirado da cruz e seu corpo foi entregue à Maria, sua mãe (13ª estação da Via Crucis).

Sob essas capelas, no subsolo da basílica, está, ainda, a Capela de Adão, onde, segundo a tradição religiosa, o crânio de Adão repousa. Diz-se que o sangue de Jesus pingou sobre a cabeça do primeiro homem culpado, ou seja, Adão.

Pedra da Unção e Edícula

No hall de entrada da basílica, um retângulo no piso marca a Pedra da Unção, onde José de Arimatéia e Nicodemos embalsamaram o corpo de Jesus.

Pedra da Unção
Por Wayne McLean (jgritz) – http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Holy_sepulchre.jpg, CC BY 2.5, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1980863

A cúpula principal da basílica abriga uma outra construção menor (sim, uma igreja dentro de outra igreja!), chamada Edícula (Aedicula), datada do século XIX e igualmente um dos pontos mais importantes do Santo Sepulcro.

Aedicula do Santo Sepulcro
Por Jlascar – https://www.flickr.com/photos/jlascar/10350934835/, CC BY 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=34030982

Ali está o Santo Sepulcro propriamente dito, ou seja, o túmulo de Jesus, de onde ele teria ressuscitado. Essa pequena igreja contém duas capelas menores, sendo que uma delas contém fragmentos da pedra original que selava o túmulo de Jesus e a outra abriga a tumba em si (14ª estação da Via Sacra), atualmente, coberta com uma pedra de mármore.

pedra Santo Sepulcro
tumba de Jesus
Por adriatikus en:commons:talk – CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=3482274

Durante a reforma de 2016, a Edícula foi aberta pela primeira vez, desde o ano de 1555 e, segundo os arqueólogos responsáveis, a estrutura original da caverna estava intacta. Entretanto, o túmulo ficou aberto apenas por 60 horas, após o que foi novamente selado (wikipédia).

O lado interno da cúpula contígua contém lindos mosaicos dourados e ali há um sinal que marca “o centro do mundo”.

Santo Sepulcro
Outras capelas

Existem, ainda, outras capelas menores no interior da grande Basílica do Santo Sepulcro, como por exemplo a capela dedicada à Maria Madalena, a Capela da Prisão de Jesus Cristo, a Capela de São Longinus, a Capela da divisão das roupas de Jesus, a Capela da Coroa de Espinhos, entre outras.

Além disso, uma escada leva aos túneis subterrâneos da Basílica, onde Santa Helena, mãe do imperador Constantino, teria encontrado a verdadeira cruz do suplício de Jesus.

Contígua ao Santo Sepulcro, mas do lado externo, está a Capela Etíope (9ª estação da Via Sacra).

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Monte das Oliveiras

Situado nos arredores de Jerusalém Antiga, o Monte das Oliveiras, como o próprio nome sugere, é repleto dessas árvores. Ali fica o Gethsêmani, local onde Jesus orou sozinho e chorou sangue, antes de seu suplício. Ainda ali, ele foi traído por Judas, com um beijo e, em seguida, foi preso. Atualmente, no lugar situa-se uma grande igreja, a Igreja de Todas as Nações, bem como por um vasto jardim de oliveiras.

Monte das Oliveira
Church of all Nations

Igualmente no monte das Oliveiras, fica a Capela da Ascensão, de onde Cristo teria subido aos céus.

Um pouco mais à esquerda, fica a tumba da Virgem Maria, onde está o sepulcro da mãe de Jesus.

Ao lado desta última, há uma gruta onde os apóstolos de Jesus descansavam e onde há, ainda, uma prensa artesanal de produção de azeite.

Monte Sião (ou Zion, ou Sion).

No Monte Sião, que também fica nos arredores de Jerusalém Velha, encontra-se o Cenáculo, ou seja, o palco da última ceia. Ali é também o local em que, segundo os ensinamentos cristãos, o Pentecostes desceu sob a forma de línguas de fogo sobre os apóstolos.

Ainda no monte Sião, há uma Igreja Armênia (Igreja da Dormição), que marca o local onde Jesus ficou preso, depois que Judas o traiu.

igreja da dormição

Local sagrado aos Judeus

Templo da Montanha – ou Templo de Salomão ou Haram Al-Sharif.

Esse é o local mais sagrado para os judeus em Israel e, provavelmente, no mundo todo.

A primeira versão do Templo da Montanha foi construída a mando do Rei Salomão, filho do Rei David – e daí seu nome, Templo de Salomão.

Jerusalém

Segundo a crença judaica, havia anteriormente no local a pedra em que Abraão iria sacrificar seu filho, Isaac, não o fazendo graças à intervenção de Deus.

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Durante a invasão dos babilônios, o Templo de Salomão veio ao solo e, posteriormente, Herodes o Grande ordenou sua reconstrução.

Bem ali, Jesus pregava para a multidão, quando era menino.

Décadas depois, o templo foi novamente derrubado, dele sobrando somente a Muralha Oeste, que passou a ser chamada “Muro das Lamentações”. Desde o ano 138 d.C., o Muro das Lamentações é o principal local de oração dos judeus, onde eles recitam partes do Torah, seu livro sagrado. Além disso, nas frestas existentes entre as pedras da muralha, eles inserem suas preces, em pequenos rolinhos de papel.

Jerusalém

Citadel de Jerusalém – Torre de David

David foi o segundo rei do Reino Unificado de Israel, sendo que Salomão era seu filho.

Um dos resquícios de seu reinado é a Citadel ou Torre de David. É uma das partes mais antigas de Jerusalém, contando com mais de 2000 anos e, ao seu redor, o templo de Salomão foi se ampliando.

Citadel de Jerusalém

Local sagrado aos Islâmicos

Mesquita Al-Aqsa e Domo da Pedra

A mesquita Al-Aqsa é o 3º lugar do mundo mais importante para os islâmicos, ficando atrás, apenas, de Meca e Medina, na Arábia Saudita.

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Pedra do Domo

Curiosamente, essa mesquita, tão sagrada para os muçulmanos, situa-se justamente no interior do Templo de Salomão (dos judeus!).

Isso explica a intensidade dos conflitos entre essas duas religiões – tão próximas e, ao mesmo tempo, tão distantes. Afinal de contas, o judaísmo iniciou-se com Isaac e o islamismo com Ismael, ambos filhos de Abraão.

O ponto mais interessante do complexo da mesquita é a belíssima construção octogonal, com paredes cobertas por mosaicos azuis, coroadas por uma cúpula dourada, no mais refinado estilo arquitetônico otomano.

Pedra do Domo

Nas paredes, há transcrições do Alcorão, livro sagrado do Islã.

Jerusalém

A mesquita foi erigida a mando do Califa Abd-al-Malik, no século VII, para celebrar a ascensão de Maomé, o profeta islâmico, ao céu.

No altar principal, que se trata de uma pedra, há uma marca que dizem ser da pegada do profeta, bem como um fio de sua barba.

Ora, essa mesma pedra é justamente o altar de Abraão! Sim! Aquele sagrado aos judeus!

Sob o altar sagrado, está o Poço das Almas que, segundo a crença islâmica, é o local onde as almas aguardam o juízo final.

Mercado árabe de Jerusalém Antiga

Menos importantes, porém, não menos interessantes, são as ruelas de Jerusalém Antiga. Aquela região, conforme mencionamos, é um grande mercado árabe, pois os árabes residem, em sua maioria, dentro da cidade murada (sendo que os judeus vivem, em regra, na parte moderna de Jerusalém).

Caminhamos por ali e nos deixamos envolver pelos aromas dos temperos, pelas cores dos tecidos e pelo som da música árabe, que fazem dali um lugar inebriante.

Mercado árabe

Damascus Gate e Jaffa Gate

Tanto o Damascus quanto o Jaffa são portões de entrada à Jerusalém Velha.

O Damascus Gate é o mais belo deles:

Portão de Damascus

Por outro lado, o Jaffa Gate carrega muita história, sobretudo em relação à 1ª Guerra Mundial.

O último Kaiser da Alemanha, Wilhelm, mandou derrubar esse portão, para entrar com sua carruagem no centro antigo. Além disso, o General Allenby o cruzou, marchando com as tropas britânicas logo após a 1ª Grande Guerra Mundial, significando, para alguns, liberdade e, para outros, o contrário.

Jaffa Gate
Yair Haklai, CC BY-SA 3.0 https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0, via Wikimedia Commons

Eu fiz essa viagem, muito especial, com uma companhia igualmente muito especial: minha amada avó, a quem eu chamava de Dadá, e que hoje, já está em outro plano, mas que está eternizada em minha memória.

dome of the rock

Enquanto em Jerusalém, eu e minha avó nos hospedamos em um hotel cujos gerentes eram meus antepassados, chamado Imperial Hotel. O edifício é secular e fica ao lado do portão Jaffa.

Hotel Imperial

Por fim, não deixe de conferir nosso roteiro completo em Israel, incluindo outros destinos, como Tel-Aviv, Mar da Galileia, Belém, Nazaré, Massada, entre outros.

Além disso, para mais destinos na região, acesse nossos posts sobre a Turquia e o Egito.

4 comentários em “Jerusalém”

  1. Sou fascinada por Israel, história, cultura, arquitetura, culinária. Sonho em conhecer e desbravar a localidade. Achei o máximo este post compartilhando dicas incríveis, até então desconhecidas por mim. Adorei saber o que fazer em Jerusalém.

  2. Eduardo Vissotto Gartenkraut

    Parabéns pelo relato sobre Israel, vc conseguiu fazer uma ótima síntese desse país fantástico, atrelando à ela um contexto histórico interessantíssimo.

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